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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 16, 2011

FHC fugiu do Amaury


Na nota em que ” toma satisfações do Amaury”, o Farol de Alexandria pede Justica e se  diz vitima de uma “infâmia”.

Ou seja, ele fugiu do Amaury.

O Codigo Penal preve três crimes contra a honra.

Injúria, artigo 137, é atribuir uma qualidade negativa a alguem: Zezinho é muito feio.

Calúnia, artigo 138, consiste em atribur um crime a alguém: Zezinho roubou a minha bicicleta.

Difamação, artigo 139, consiste em ofender a reputação: Zezinho só vai trabalhar embriagado.

“Infâmia” é literatura.

Nao é crime.

Ninguém pode exigir Justiça para reparar uma infâmia.

Por que o Farol acusa o Amaury de infamante?

Porque isso não tem consequência jurídica.

Tem o mesmo valor de chamar o Amaury de vesgo.

O Farol jogou para a plateia.

Para os parvos.

O Farol, o Cerra ou qualquer ilustre membro de sua clã precisa pensar duas vezes antes de processar o Amaury.

O Ricardo Sérgio fez essa besteira, leviu uma “exceção da verdade” pela lata e deu no que deu.

FHC mostrou-se indignado, pediu Justiça  e foi embora para a Europa – e o Cerra que se vire.

O  Farol deve ter consultado um criminalista de escol, como seu Ministro da Justiça, José Carlos Dias, advogado de Cerra.

E o Dias sabe que infâmia é como uma nuvem.

Escurece e vai embora.


Paulo Henrique Amorim

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