Alesp quer ouvir delegada que investiga racismo no Colégio Anhembi Morumbi
A
delegada que investiga a denúncia de racismo no Colégio Internacional
Anhembi Morumbi será ouvida pelos deputados estaduais paulistas. A
convocação foi feita pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa de São Paulo (Alesp). Também foi solicitada a presença da
estagiária Ester Elisa Cesário de Sousa e de representantes da Direção
do colégio.
No Boletim de Ocorrência, registrado – em novembro de 2011 – na
Delegacia de Crimes Raciais de São Paulo, a estagiária acusa Dea de
Oliveira de tentar obrigá-la a alisar o cabelo. O procedimento seria
necessário para ela se adequar aos “padrões do colégio” e manter a “boa
aparência”.
Para
a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB), os casos de racismo
dificilmente resultam em condenação. Por isso, devem ser acompanhados
com mais rigor.
“A
Comissão age todas as vezes que acontece qualquer situação que envolva
discriminação racial, discriminação por opção sexual, gênero ou classe
social. Nós decidimos levar esse caso para a Comissão de Direitos
Humanos porque a vítima fala uma coisa e a escola fala outra, e queremos
acabar definitivamente com essa questão racista tão presente no estado
de São Paulo.”
No
parecer psicológico que atesta o estado de saúde de Ester consta que
ela “não está em condições emocionais para continuar trabalhando no
ambiente”. Depois da repercussão do caso na imprensa, a estagiária
deixou de fazer atendimento ao público e foi transferida para o setor de
arquivos.
Em
reação a este e outros casos, no próximo dia 11 de fevereiro
organizações sociais e do movimento negro realizarão uma manifestação
contra o racismo, na cidade de São Paulo. Os organizadores pretendem
iniciar uma campanha nacional com propostas de enfrentamento ao problema
e um calendário de ações.
*cappacete
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