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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Inimigos do povo


Denunciada à OEA  e à ONU, a ação para a desocupação da área na região de São José dos Campos, chamada Pinheirinho, deverá produzir grande prejuízo de imagem aos tucanos.
Não se pode dizer que o incidente traduza apenas um episódio de má sorte do partido, mas o resultado esperado de uma espécie de incúria que vítima com frequência aqueles que tem a boca torta pelo pito.
No controle do poder em São Paulo há trinta anos, vinte em continuidade, tucanos não conseguem evitar um certo sentimento de que são donos do pedaço.
Lembro-me do dia em que ao reclamar com novos vizinhos dos latidos do cachorro, deixei escapar um tanto insolente e sem querer a afirmação de que morava alí havia vinte anos. Do mesmo modo apresenta-se impossível a qualquer tucano escapar à demonstração de que quem manda no estado mais poderoso da federação é ele e mais ninguém.
Um sentimento que possui bases materiais bem fundadas. As relações com o judiciário é uma delas. Não há verba objeto de pleito de juízes que o executivo estadual não contemple na elaboração do orçamento daquele poder, ainda que em sacrifício de professores, médicos ou outras carreiras de estado. 
*justiceiradeesquerda

O governo do PSDB paulista, tendo à frente o nazista Alckmin, apoiado pelos seus pares, pensa que tudo muda quando se enxota as pessoas que incomodam os olhares da "elite", na verdade, a não ser que os coloque em câmaras de gás, conforme ensinou o seu líder Hitler, as pessoas não somem apenas se espalham, sofrem e se reunem em outro lugar para continuar a sofrer. Enfrentar o problema com inteligência, visão social e espírito público é a única solução



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