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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 13, 2012


Cerra está num mato
sem Kassab


Lula quer antecipar aliança oficial com Kassab para março


Pelo calendário, decisão só poderia ser tomada em junho, mas ex-presidente quer diluir rejeição de petistas ao PSD. Pré-candidato do PT em SP, Haddad afirma, porém, que unidade partidária é mais importante que aliança


NATUZA NERY

CATIA SEABRA

DE BRASÍLIA


O ex-presidente Lula quer antecipar para março a aliança eleitoral do PT com o prefeito Gilberto Kassab (PSD).


Pelo calendário oficial, essa decisão sobre quais partidos integrarão a chapa de Fernando Haddad à prefeitura só ocorreria em junho.


(…)


Debaixo de um coro de “ei, Haddad, não queremos o Kassab”, o pré-candidato do PT disse na noite de sábado que a unidade interna do PT é mais importante do que eventual aliança a Kassab. “Eu disse a ele [Kassab] que o patrimônio que tenho pra disputar essa eleição é o PT unido. (…) Temos que ter a clareza de que esse patrimônio precisa ser preservado antes de qualquer outro.”


As negociações entre PT e PSD aguardam ainda a definição no campo tucano, já que a possível candidatura de José Serra levaria Kassab à sua chapa.


Ontem, um dos pré-candidatos do PSDB, Bruno Covas, afirmou que os rumores de que Serra poderia se lançar não passam de “fofocas”. 

*PHA

cracassab nãooooooo

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