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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Dono do jet ski é barão do lixo ligado ao PSDB

Máquina pertence à família do empresário José Cardoso, que pretendia disputar a prefeitura de Suzano em 2012 com apoio de Alckmin; seu lixão coleciona multas por irregularidades e agora ele pode ser indiciado por homicídio doloso, já que emprestou o aparelho, que matou Grazielly, ao afilhado
247 - A polícia de Bertioga, no litoral de São Paulo, divulgou nesta quarta-feira o nome do dono do jet ski que matou uma menina de três anos no último final de semana. Ele pertence à família do empresário José Augusto Cardoso, o Zé Cardoso. Ele emprestou a máquina ao afilhado, um adolescente de 14 anos, que supostamente a pilotova no momento do acidente que matou Grazielly.
O governador Geraldo Alckmin estudava apoiar Zé Cardoso para disputar a eleição municipal de Suzano este ano, pelo PSDB. O vice-presidente Nacional do PSDB e secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, no entanto, se mostrou contra a nomeação. Para ele, o partido deveria lançar Paulo Tokuzumi. Um dos principais motivos pela resistência é que Zé Cardoso está com seu aterro fechado por determinação da Cetesb e da Justiça há meses e tem recebido uma multa atrás da outra por irregularidades diversas no aterro Pajoan de Itaquá
Na semana passada, a última multa recebida pelo Pajoan chegou a R$ 900 mil. Agência regional da Cetesb constatou que a empresa de Cardoso vinha recebendo novas cargas de resíduos sólidos, provenientes da coleta pública, em descumprimento à interdição imposta judicialmente desde maio do ano passado, conforme denúncia feita pela Diocese de Mogi das Cruzes. A Companhia também cancelou a autorização provisória para a área de transbordo que estava sendo utilizada pela empreiteira para transportar cerca de 250 toneladas de resíduos de Poá e Itaquaquecetuba para o encaminhamento a aterros sanitários licenciados.
Zé Cardoso pode agora ser indiciado por homicídio pelo caso Grazielly. A menina de três anos havia chegado à cidade na sexta-feira (17) junto com um grupo de dez pessoas, entre familiares e amigos, da cidade de Artur Nogueira, também no interior paulista. Era o primeiro passeio dela na praia. Ela fazia castelos de areia com a mãe na beira do mar quando foi atropelada pelo veículo em alta velocidade que saiu da água. O adolescente, segundo testemunhas, fugiu do local sem prestar socorro.
*Ajusticeiradeesquerda

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