Jornal é condenado por dizer que Igreja Universal pune fiéis inadimplentes
Jornal é condenado por dizer que Igreja Universal pune fiéis inadimplentes
Por Camila Ribeiro de Mendonça no Conjur
O Diário de Sorocaba foi
condenado a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais à Igreja
Universal do Reino de Deus por ter publicado notícia cujo título dizia:
"Quem não paga dízimo à Universal pode ficar com o nome sujo no SPC",
publicada no dia 25 de junho de 2011. A decisão foi do juiz Mario Gaiara Neto da 3ª Vara Cível de Sorocaba.
A Universal alegou que a
reportagem acarretou prejuízo à honra e à imagem dela, em especial por
transmitir a impressão, que qualificou de falsa e tendenciosa, de que a
autora presta assistência espiritual com fins lucrativos.
Trechos da reportagem
relatam que "os bispos da Igreja Universal do Reino De Deus (Iurd),
presidida por Edir Macedo, decidiram que a instituição vai cadastrar no
SPC/Serasa os fiéis que ficaram com o pagamento do dízimo em atraso, na
tentativa de diminuir a inadimplência. A direção da igreja não informou o
número de devedores, mas se estima que os maus pagadores estão causando
um prejuízo mensal de quase R$ 1 bilhão. Além de ficar com o nome sujo,
os fiéis inadimplentes podem ter de pagar multa e ter contrato
rescindido se trocarem a Universal por outra Igreja."
A defesa do
jornal alegou que a notícia veiculada foi uma reprodução fiel do que já
era noticiado em vários sites da internet; e que a notícia em questão
não surgiu do nada, não é fruto da imaginação dos jornalistas, nem
tampouco produto de sua má-fé ou falta de preocupação com a dignidade
moral da requerente.
O juiz fundamentou a
sentença afirmando que a notícia veiculada pelo réu foi confessadamente
tirada internet e, "quanto ao seu conteúdo, o requerido não demonstrou
possuir o mínimo de veracidade. Notícias como essa, publicadas sem o
mínimo de comprometimento com a realidade, escapam do conceito de
liberdade de expressão e dão ensejo, em tese, ao dever de indenizar".
Para o juiz, notícias
como essa transmitem aos seus destinatários — entre os quais os fiéis da
Universal —, a nítida impressão de que a Igreja presta assistência
espiritual com fins lucrativos, desnaturando, assim, os seus propósitos
institucionais e atingindo a sua honra objetiva.
Clique aqui para ler a sentença.
*mariadapenhaneles
*mariadapenhaneles
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