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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 05, 2012

Mais uma favela pega fogo em São Paulo. A 'Gestapo' trabalha intensamente

Incêndio em favela mata duas pessoas e destrói 60 moradias na zona norte de São Paulo

Bombeiros lutam contra o fogo há mais de 3 horas com 24 equipes e cerca de 80 homens

05 de fevereiro de 2012

estadão.com.br
Atualizado às 11h15

São Paulo - Duas pessoas, um homem e uma mulher, morreram em um incêndio de grandes proporções que atingiu uma favela da zona norte de São Paulo na manhã deste domingo, 5. Dois feridos foram encaminhados ao Pronto Socorro Municipal do Tatuapé, mas não há informação sobre o estado das vítimas. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo começou às 7h50 na Favela do Corujão, que fica na Avenida Guilherme, nº 1.500, na Vila Guilherme.

O fogo ainda não foi controlado. Os bombeiros lutam há mais de 3 horas e pelo menos 24 equipes, em um total de 80 homens, participaram do trabalho, que tem apoio de helicópteros Águia da Polícia Militar.

Cerca de 800 pessoas moram no local, em aproximadamente 300 barracos e pelo menos 60 moradias já foram destruídas.

Ainda não há informações sobre as causas do incêndio.

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