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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 14, 2012

O penetra indigesto na festa do PT


Não gostei da festa dos 32 anos do PT, em Brasília. Senti falta de juventude, vibração. Aquela alegria das antigas.Tô ficando velho? Estamos ficando velhos? Cadê os jovens petistas e suas cores? Festa cinzenta aquela. E os discursos então? Marco Maia até que tentou vibrar, na marra, no grito. Não convenceu nem contagiou. Rui Falcão parecia um zumbi anestesiado. Dilma previsível, visivelmente cansada, burocrática. Definitivamente, discursos inflamados não são o seu forte. Aliás, só teve discurso-sedativo, sem novidades: tiramos 28 milhões da miséria! Fazem dois anos que repetimos a mesma coisa. 28 milhões, primeiro operário presidente, primeira mulher presidenta… Ótimo! Parabéns pra nós, pro PT… Mas quais são as novidades? Qual é o plano? Alguma idéia nova que não fique mofando ao lado do marco regulatório da mídia? Será que só a economia interessa? Precisamos politizar o diálogo com o povo brasileiro.
A ausência do Lula foi monumental. Nunca o PT esteve tão desfigurado!
Pra piorar tudo, apareceu o Kassab. Convidado ou penetra? Tá de brincadeira? Estão nos testando? Talvez estejam sim, talvez estejam medindo o tamanho da rejeição da militância. Não sei se era o som ruim, a minha conexão ou falta de entusiasmo geral, mas nem a vaia que Kassab recebeu foi convincente: tão fraquinha e despretensiosa que acho que ele saiu de lá acreditando que pode superar nossa rejeição. Vai sonhando, vai! É mais fácil água e óleo se mesclarem que ele ser aceito. Além disso, ele também despreza o PT e os petistas. Mas, ossos do ofício, pensa que tem que nos engolir pra subir na vida. Que pretensão a dele! Costela de Serra, seu destino é perder.
Kassab tem o mesmo DNA do criador: aposta que o tempo apaga seus erros, que a memória é curta etc. Aliás todos eles pensam da mesma forma. Alckmin, Serra, Kassab… Como se não existissem milhares de vídeos no Youtube registrando as enchentes, a higienização, a barbárie de seus ataques à população, a bolinha de papel que venceu a Globo… Leia mais…
*oqseraqmedá

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