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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

O que estão fazendo com a Grécia fizeram com o Brasil no governo FHC

Nova ajuda elimina soberania da Grécia

O que esses  sanguessugas safados estão fazendo com a Grécia fizeram com o Brasil no governo FHC.Eu já postei aqui uma matréria sobre o livro   A Melhor Democracia Que o Dinheiro Pode Comprar, do repóter investigativo Greg Palast.No aludido livro, Palast afirma que Robert Rubin, secretário do Tesouro americano "governou de fato como presidente do Brasil sem precisar perder uma única festa em Manhattan’.Segundo Palast, isso era um sonho, desde criancinha, de Robert Rubin. Diz, ainda, Palast, que Rubin ajudou a manter a moeda brasileira em alta costurando o apoio de organismos internacionais ao País. O real, que seria desvalorizado pesadamente logo depois da vitória eleitoral, escreve Palast, ‘permaneceu em alta antes da eleição porque os Estados Unidos deixaram clara sua intenção de substituir as reservas perdidas por um pacote de empréstimos do FMI’.E ainda esses tucanos corruptos dizem que estabilizaram a moeda.Uma ova!



São Paulo – O novo pacote de ajuda à Grécia impõe ao país uma perda de soberania ainda maior que o primeiro conjunto de medidas, liberado no segundo semestre do ano passado. Agora, no momento em que o país já obrigou os cidadãos à perda de salários e de direitos previdenciários, a conta bancária de 130 bilhões de euros será controlada pela “troica”, o grupo formado por Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu e União Europeia.
A medida significa que o pagamento da dívida será feito antes que se cumpram os deveres com as contas nacionais, os salários de servidores públicos e as pensões dos aposentados. A liberação, a conta-gotas, dependerá da saúde financeira demonstrada pelo governo grego, que pode ter de aceitar a nomeação de um comissário estrangeiro com direito de veto em cada um de seus ministérios, em detalhes que serão conhecidos nos próximos dias.
Na segunda-feira (20), após treze horas de conversas, os representantes da União Europeia celebraram o acordo para o fechamento do pacote que, por ora, afasta o risco de que a Grécia deixe a zona do euro, processo que poderia levar à desintegração do bloco. A outra alternativa era a suspensão do pagamento da dívida, com possível declaração de moratória, e um efeito de contágio nos mercados europeus.
Os pacotes liberados até agora somam uma cifra próxima a 300 milhões de euros, ainda incapaz de recolocar a economia grega nos trilhos após quatro anos de recessão. Como tem insistido o governo brasileiro, a receita imposta pelo FMI e pela União Europeia às nações em crise levará a ainda mais problemas, já que aposta em um ciclo de corte de direitos sociais em troca de uma suposta melhora do caixa. Na visão de Dilma Rousseff, o remédio é equivocado, uma vez que abre mão do crescimento econômico, o que poderia levar a um aumento da arrecadação e abrir caminho para o pagamento das dívidas astronômicas.
Os líderes europeus têm preferido trabalhar com a perspectiva de um quadro de baixo crescimento, ou mesmo de recessão, durante alguns anos, acreditando que este é o caminho para voltar a equacionar a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB). Até 2020, os débitos gregos terão de baixar ao equivalente a 120% do PIB. O problema é saber qual será o tamanho da economia grega até lá, dado que o país não consegue sair da recessão.
Nos últimos meses, a exemplo de outras nações da região, explodiram na Grécia protestos de estudantes e trabalhadores contra as condições impostas pelo FMI. Na negociação do pacote anterior, o primeiro-ministro George Papandreou, que cogitou convocar a população a votar nos ajustes impostos externamente, foi obrigado a renunciar. Em seu lugar entrou Lucas Papademos, um quadro técnico nomeado por influência da União Europeia para conduzir o resgate da nação. Agora, porém, ele não parece ter a total confiança dos líderes do bloco, que preferem assegurar-se de que aplicarão os 130 bilhões de euros da maneira que desejam.
*Oterrordonordeste

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