Racismo na escola Anhembi Morumbi. “Colégio quer transformar vítima de racismo em ré”, alerta deputado
Membros
da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo
(Alesp) não se convenceram com a defesa apresentada por advogados e
querem ouvir a diretora do Colégio Internacional Anhembi Morumbi, Dea de
Oliveira. Ela é acusada de forçar a ex- estagiária Ester Elisa da Silva
Cesário a alisar os cabelos para se adequar aos padrões da instituição.
O presidente da Comissão, Adriano Diogo (PT) acredita que houve uma tentativa de inverter o foco da investigação.
“Pelo
andar da carruagem, pode ser que a menina de vítima vire ré. Quiseram
caracterizá-la como uma louca, uma pessoa que não tem o que fazer na
vida, que quer aparecer, que é midiática. A diretora [conselheira
Mercedes Vieira] falou que era um problema de antagonismo pessoal, que
era um problema de relacionamento. E a postura da delegada é de alguém
que quer se livrar do problema.”
No
dia 17 deste mês, a Comissão ouviu a delegada de Crimes Raciais,
Margareth Barreto, representantes do colégio, além de Ester. Durante a
audiência, a delegada informou que a diretora ainda prestou depoimento,
embora oito pessoas já tenham sido ouvidas.
A
Alesp tem a prerrogativa de abrir um inquérito próprio e conduzir as
investigações, em paralelo à autoridade policial. Na sequência, a
denúncia pode ser oferecida ao Ministério Público. O deputado afirma que
encontra dificuldades de tramitar o caso dentro da própria Comissão.
“Eu
não estou conseguindo chamar [à Assembleia] a Delegacia de Ensino para
dizer – diante de uma violação tão grave – quais os procedimentos que a
Secretaria de Educação está tomando, embora sejam flagrantes os
depoimentos e as evidências.”
O
Colégio Anhembi Morumbi foi alvo de dois protestos de organizações do
movimento negro. No último, manifestantes ocuparam o Shopping
Higienópolis, no centro da capital.
*Cappacete
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