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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Romário critica políticos e reclama que 'nada acontece' em Brasília

 

Foco
Romário critica políticos e reclama que 'nada acontece' em Brasília
Com ironia, ex-jogador de futebol pergunta se 'ano só vai começar depois do Carnaval' DE SÃO PAULO
Deputado federal em primeiro mandato, o ex-jogador Romário (PSB-RJ) criticou ontem o ritmo de trabalho dos colegas na capital.
"Tem três semanas que venho a Brasília para trabalhar e nada acontece. E olha que estamos em ano de eleição", reclamou, por meio de sua conta no microblog Twitter.
"Espero que na minha próxima vinda a Brasília tenha alguma porra pra fazer. Ou será que o ano só vai começar depois do Carnaval?", reclamou o deputado.
Romário culpou os políticos pela demora em votações de matérias importantes. "A PEC 300 [que fixa piso salarial nacional para policiais civis e militares e bombeiros] também não foi votada. Tem greves acontecendo, pessoas morrendo e lojas sendo saqueadas. Nós políticos somos culpados mesmo!", escreveu.
Em torno de 150 pessoas já foram assassinadas na Bahia desde que a PM do Estado entrou em greve.
SEMANA EM BRASÍLIA
Conhecido por faltar a treinos quando era jogador, Romário tem sido um deputado atuante. Segundo sua assessoria, chegou a Brasília na segunda e ficará até hoje.
Em seu mandato, Romário tem se destacado por ser um crítico dos preparativos para a Copa e para a Olimpíada.
Ele também ganhou projeção por defender portadores de síndrome de Down -o ex-jogador é pai de uma menina com a deficiência.
O deputado disse acreditar que seja por "falta de objetividade e de sensatez que algumas coisas lamentáveis" ocorram no país.
"Tem coisas que só acontecem na política. E hoje, mais do que nunca, tenho certeza disso", escreveu.

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