Visitante não deve ditar regras a visitado
Visitante não deve ditar regras para país visitado, diz ministro ao comentar ida de Dilma a Cuba
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Ao comentar as declarações feitas pela presidenta Dilma Rousseff esta
semana durante visita a Cuba, o ministro da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Gilberto Carvalho, avaliou hoje (2) que a
questão dos direitos humanos é de tamanha importância e nobreza que não
pode se prestar a ser um “mero ataque diversionista” para atingir um
governo.
Na visita, a presidenta evitou discutir o tema direitos humanos. “As
pessoas estão um pouco habituadas a um comportamento que já se teve na
história e muito inadequado de você chegar a um país como visitante e
ditar regras para aquele visitado. Isso é um comportamento imperial que
não deve caber ao Brasil e a presidenta Dilma jamais faria isso”, disse o
ministro. “Seria adequado que ela fizesse alguma crítica a Cuba, se for
o caso, aqui no Brasil, não lá no país que ela está visitando”,
completou.
Ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços
em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência, Carvalho
disse ainda que há um “silêncio cúmplice” em relação à prisão da base
norte-americana na Baía de Guantánamo.
“A presidenta citou Guantánamo porque é bom lembrar que há um grande
enfoque da questão de direitos humanos apenas em países como Cuba e ela
fez questão de lembrar que, na própria ilha, há um pedaço do território
que não pertence a Cuba e pertence aos Estados Unidos, onde a violação
dos direitos humanos é histórica.”
Para ele, a intenção de Dilma não foi a de se omitir em relação às
violações registradas em Guantánamo, mas defender uma postura mais séria
na discussão sobre os direitos humanos. “Ou se faz isso de maneira
séria em todo o mundo, com a autocrítica necessária em cada um dos
países, ou isso serve apenas para fazer um ataque político a este ou
àquele país”, concluiu.
Edição: Juliana Andrade
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