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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 25, 2012

24 de abril de 2012

Congresso instala CPI do Cachoeira; veja composição



Com a leitura dos nomes dos integrantes, o Congresso Nacional instalou nesta terça-feira a CPI do Cachoeira. São 16 deputados e 16 senadores que vão investigar as relações do empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira com políticos e agentes privados.
A primeira reunião do grupo, que tem maioria governista, pode ocorrer nesta quarta-feira.
A comissão foi criada com o apoio de 65% dos deputados e quase 90% dos senadores.
O principal cargo, a relatoria, foi entregue ao vice-líder do governo na Câmara, Odair Cunha (PT-MG), homem de confiança do Planalto. Ele terá nas mãos o ritmo das investigações e será o responsável pelo relatório final das apurações.
A presidência ficou com o PMDB, que indicou o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), alinhado com a cúpula do partido. Os peemedebistas não indicaram quatro suplentes.
Confira as indicações dos partidos:
*
SENADO
Bloco PMDB/PP/PV
Titulares
Vital do Rego (PMDB-PB) - indicado para presidente da CPI
Sérgio Souza (PMDB-PR)
Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Paulo Davim (PV-RN)
Suplentes
Benedito de Lira (PP-AL)
Falta definir outros 4 suplentes
Bloco PT/PCdoB/PDT/PSB/PRB
Titulares
José Pimentel (PT-CE)
Humberto Costa (PT-PE)
Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)
Pedro Taques (PDT-MT)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Suplentes
Welington Dias (PT-PI)
Walter Pinheiro (PT-BA)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Jorge Viana (PT-AC)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
DEM/PSDB
Titulares
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Álvaro Dias (PSDB-PR)
Jayme Campos (DEM-MT)
Suplentes
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)
Bloco PTB/PR
Titulares
Fernando Collor de Mello (PTB-AL)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Suplentes
Ainda não definidos
Minoria
Titular
Katia Abreu (PSC-TO)
Suplente
Sérgio Petecão (PMN-AC)
CÂMARA
PT
Cândido Vacarezza (SP)
Odair Cunha (MG) - indicado para relatoria da CPI
Paulo Teixeira (SP)
Suplentes
Luiz Sérgio (RJ)
Sibá Machado (AC)
Dr.Rosinha (PR)
PMDB
Luiz Pitman (DF)
Iris de Araújo (GO)
Suplentes
Edio Lopes (PR)
João Magalhães (MG)
PSDB/DEM/PPS
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Fernando Francischini (PSDB-PR)
Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
Rubens Bueno (PPS-PR)
Suplentes
Domingos Sávio (PSDB-MG)
Rogério Marinho (PSDB-RN)
Mendonça Prado (DEM-SE)
Sarney Filho (PV-MA)
PR
Maurício Lessa (AL)
Suplente
Ronaldo Fonseca (DF)
PCdoB
Protógenes Queiroz (SP)
Suplente
Osmar Júnior (PCdoB-PI)
PDT
Miro Teixeira (RJ)
Suplente
Vieira da Cunha (RS)
PTB
Silvio Costa (PE)
Suplente
Arnaldo Faria de Sá (SP)
PSB
Paulo Foleto (ES)
Suplente
Glauber Braga (RJ)
PSC/PSOL/PP
Filipe Pereira (PSC-RJ) - suplente Hugo Leal (RJ)
Gladson Cameli (PP-AM) - suplente Iracema Portella
 
 

CPI do Cachoeira será fiscalizada pelas redes sociais, afirmam senadores


                          Estamos de Olho na CPMI do Cachoeira.
Não tenham dúvidas, esta CPMI será fiscalizada pelas    redes  sociais, assim como o trabalho da imprensa   hegemônica, que tenta informar e/ou desinformar a opinião pública.
Há pelo menos 45 milhões de brasileiros usando redes sociais, o que coloca o país em terceiro lugar no mundo, entre os que mais participam deste meio de comunicação. A forte presença dos cidadãos nas redes sociais já é sentida pelos parlamentares e traz aos senadores a expectativa de que a CPI do Cachoeira, que deve ser instalada nesta quarta-feira (25), será diferente de todas as anteriores.
– Essa será uma grande CPI. A sociedade vai acompanhar e fiscalizar através das redes sociais na internet – disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso nesta terça-feira (24).
Simon, que participou da comissão que investigou PC Farias e resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, bem como da CPI dos Anões do Orçamento, considera que, graças ao acompanhamento das redes sociais, a CPI do Cachoeira não será como outras, “que deram em nada”.
Entre as CPIs que terminaram “desmoralizadas pela blindagem dos partidos”, Pedro Simon citou as criadas para analisar os gastos com os cartões corporativos do governo e a transferência de recursos públicos para organizações não governamentais (ONGs).
‘BBB político’
A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse acreditar que os cidadãos vão usar as redes sociais para “seguir os passos” da CPI do Cachoeira.
– Ouso dizer que iremos viver aqui um ‘BBB político’, um reality show em que o derrotado deve ser o corrupto e em que o único vencedor deverá ser a verdade.
A senadora se disse “assombrada” com o poder mobilizador das redes sociais. Lembrou a influência da internet na organização de movimentos como a “Primavera Árabe”, que resultou na queda de regimes e líderes que ocupavam o poder por longos anos.
Ana Amélia advertiu que um movimento de jovens pode surgir no Brasil em protesto se a sociedade não receber do Legislativo a resposta que espera: uma atitude comprometida com a investigação rigorosa de todas as denúncias que envolvem autoridades e outros agentes públicos
Fiscalização
O senador Pedro Taques (PDT–MT), em discurso na segunda-feira (23), ressaltou a importância da fiscalização do cidadão sobre os trabalhos da CPI. Nesse sentido, Taques, Simon e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) solicitaram ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, e a representantes de movimentos sociais a organização de um Comitê de Acompanhamento à CPI.
– Esse comitê tem previsão na Constituição, que dá ao cidadão o direito de fiscalizar aqueles que exercem a parcela do poder em seu nome. Se o cidadão, através dessas entidades intermediárias, não acompanhar os trabalhos da CPI, esses trabalhos podem, como se diz na gíria, acabar em pizza – disse Taques
*Brasilmobilizado
 

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