Merval é desinformado, burro ou desonesto?
Precipitado, Merval inocenta Policarpo e Veja
Brasil 247
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Vazamentos. Este é o título da coluna do jornalista Merval Pereira, publicada neste domingo no jornal O Globo. Claramente, o objetivo é limpar a barra da revista Veja e do seu diretor Policarpo Júnior, que se relacionava frequentemente com o bicheiro Carlos Cachoeira.
Merval diz que o inquérito completo da Operação Monte Carlo, vazado pelo 247, comprovaria a lisura das relações entre Veja
e Cachoeira. Várias hipóteses podem ser levantadas: (1) Merval não leu o
inquérito; (2) Merval leu e não compreendeu; (3) a defesa faz parte do
pacto de não agressão firmado por Globo, Abril e Folha (leia mais aqui).
Até agora, o inquérito já revelou vários pontos que merecem ser discutidos pela imprensa séria:
1) Cachoeira produziu os filmes ilícitos do Hotel Naoum, publicados na revista Veja, com o objetivo de “incendiar a República”.
2) Cachoeira
produziu a denúncia contra o ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot,
publicada na revista Veja, para favorecer a construtora Delta – aliás,
foi a revista Época, da Globo, quem fez a denúncia de que Cachoeira se vangloriava de ter “colocado no r...” do Pagot.
3) Cachoeira
e Demóstenes Torres tentaram provocar o impeachment do governador
Agnelo Queiroz, com denúncias publicadas na revista Veja, por meio do
“PJ” (Policarpo Júnior). Sobre isso, leia mais aqui.
4) “Poli”,
outro apelido de Policarpo Júnior, também aparece no inquérito numa
tentativa de “f...” um secretário de segurança pública.
No mínimo, Merval Pereira foi precipitado. No relatório, Policarpo
Júnior aparece também com codinomes. Em alguns momentos, além de “Poli” e
“PJ”, ele é chamado de “caneta”.
Mas, para o colunista da Globo, não há nada de anormal neste
relacionamento entre um jornalista e um dos maiores contraventores que o
Brasil já produziu. Eis o que diz o jornalista do Globo:
“Eles (os vazamentos) demonstram mais uma vez que o relacionamento de
jornalistas da revista Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e seus
asseclas nada tem de ilícito, ficando preservada, por tudo que se
conhece até o momento, a tênue linha que separa a ética jornalística de
atos que podem comprometê-la. O caso do jornal popular “News of the
World”, que colocou seus diretores e proprietários no banco dos réus, é
exemplar dessa diferença: lá os jornalistas contratavam arapongas para
espionar celebridades e políticos. Aqui, até o momento está demonstrado
que a revista se utiliza de gravações realizadas para revelar os
escândalos da República.”
Ora, Merval. Aqui é muito pior: o bandido contratava os arapongas. As
gravações – que Merval não define como legais ou ilegais - não eram
realizadas para revelar escândalos da República. Mas, sim, para defender
interesses comerciais privados, como os da construtora Delta ou do
próprio Cachoeira.
Segundo Merval, o máximo que o inquérito revela é o tratamento “íntimo” do bicheiro com o jornalista e o pedido de uma notinha.
Na posição que ocupa, de principal articulista da Globo, Merval, membro
da Academia Brasileira de Letras, acaba de chancelar a associação entre o
crime e a imprensa.
*Esquerdopata
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