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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, abril 26, 2012

PARA ALÉM DE CACHOEIRA, É PRECISO DE UMA CPI DO PÉSSIMO JORNALISMO OU DO JORNALISMO SEM CARÁTER

Impressionante o comentário no blog do Nassif sobre o péssimo jornalismo praticado pela revista Veja. Para além de uma CPI que apure as relações da Veja com o crime organizado, no caso da CPI do Carlinhos Cachoeira, é necessário uma CPI sobre a ética no jornalismo.

Mais que isso: o jornalismo pode até atentar contra a inteligência, mas não pode atentar contra a saúde pública. Uma coisa é errar, e todos nós estamos sujeitos. Outra é colocar a vida das pessoas em risco de forma possivelmente deliberada e travestida de jornalismo.

O comentário abaixo poderia ser um bom motivo para uma séria investigação da Polícia Federal.

As capas médicas de Veja e os laboratórios

Enviado por luisnassif, qui, 26/04/2012 – 14:22

Por Pedro Saraiva

Comentário do post “ A pseudociencia de Veja

Concordo com tudo que foi escrito no texto, porém como médico, tenho uma visão um pouco diferente sobre a matéria. Também compartilho da opinião de que a Veja seja um veículo conservador ao extremo e, como tal, elitista, preconceituoso e com discurso que beira o fascismo. Todavia, não consigo ter a visão inocente de que matérias como esta da última edição sejam apenas fruto de mentes burguesas reacionárias. Acho que o buraco é mais embaixo. Acho que podem existir outras forças por trás desta reportagem.

Para explicar meu ponto de vista é preciso retornar a Setembro de 2011. Todos devem se lembrar de outra polêmica matéria, também sobre aparência e aceitação social, onde a revista faz uma descarada propaganda para a droga Liraglutida, comercializada pela empresa farmacêutica Novo Nordisk, sob o nome comercial Victoza® (http://i1.r7.com/data/files/2C95/948E/3287/486D/0132/8CF7/A977/57AB/veja…). Esta medicação aprovada mundialmente apenas para uso no diabetes foi tratada como milagrosa no combate à obesidade, em uma das reportagens mais irresponsáveis que já vi a nossa imprensa publicar. Na época, houve grande repercussão no meio médico e inúmeros especialistas e entidades médicas criticaram abertamente a revista. Até a ANVISA solicitou uma nota de esclarecimento à Veja.

*Educaçãopolítica

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