Fotos provam que deputados tucanos arrancaram cartaz da CPI da Privataria Tucana da porta do gabinete de Protógenes
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Leandro Fortes, via CartaCapital
O que antes era só uma acusação,
agora está documentalmente provado: no dia 7 de fevereiro passado, os deputados
tucanos Rogério Marinho (RN) e Sérgio Guerra (PE), acompanhados de um assessor
ainda não identificado, participaram de um ato de destempero no 7º andar do
anexo IV da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Estimulado por Guerra, que é
presidente nacional do PSDB, Marinho simplesmente arrancou um cartaz de
propaganda do livro A Privataria Tucana,
do jornalista Amaury Ribeiro Jr., então afixado na porta do gabinete do
deputado Protógenes Queiroz (PCdoB/SP). CartaCapital
teve acesso às imagens captadas pelas câmeras de segurança pelas quais se
constata, quadro a quadro, como dois parlamentares do maior partido de oposição
do País se comportam de forma pouco democrática nas dependências do Congresso
Nacional.
Os dois primeiros quadros das
imagens captadas pelas câmeras de segurança mostram a dupla de deputados
deixando o gabinete de Sérgio Guerra, localizado a 50 metros do gabinete de
Protógenes Queiroz. Depois, no terceiro quadro, Marinho é flagrado à distância
por uma das câmeras no momento em que arranca o cartaz, com Guerra bem às suas
costas, enquanto o assessor observa a cena, um pouco mais atrás. O último
quadro mostra o trio se afastando, Marinho com o cartaz na mão, ao mesmo tempo
em que fala ao celular. O cartaz de A
Privataria Tucana, livro que conta as peripécias de parentes, sócios e
amigos do tucano José Serra em movimentações bilionárias por contas secretas no
Caribe, acabou numa lata de lixo, ao lado de um elevador.
A atitude dos deputados tucanos
poderá acabar mal. Isso porque o deputado Rogério Marinho confessou o crime.
Segundo ele, arrancar o cartaz da porta de um outro parlamentar foi “um ato
político”. O Código de Ética da Câmara dos Deputados enquadra a ação de Marinho,
contudo, como infração “às regras de boa conduta nas dependências da Casa”,
passível de ação de quebra de decoro parlamentar. O deputado Queiroz prestou
queixa do ocorrido no Departamento de Polícia Legislativa da Câmara e, na
quarta-feira, dia 26, requereu ao presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT/RS),
abertura de procedimento disciplinar contra Marinho e Guerra.
Caso o assunto chegue a ser
julgado pela Comissão de Ética, os parlamentares do PSDB poderão sofrer censura
verbal em sessão do plenário da Câmara e uma suspensão de seis meses do mandato
parlamentar. É uma briga que vai se estender à CPI do Cachoeira, da qual
Queiroz e Marinho são titulares. Guerra, ao saber da queixa do colega do PCdoB
à polícia legislativa, apressou-se em também acusar Queiroz, delegado
licenciado da Polícia Federal, de quebra de decoro por ter sido citado em
gravações da Operação Monte Carlo, nas quais conversa com o araponga Idalberto
Araújo, o Dadá, com quem trabalhou na Operação Satiagraha, em 2008.
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