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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 25, 2012


Globo e Itaú não
querem cortar os juros

Saiu no jornal nacional:

Redução de juros provoca maior movimento nas agências bancárias

O corte dos juros resulta inútil, conclui o espectador do jn (quem manda ?).

O cliente tenta, tenta, e não consegue.

Na véspera, na pág. 17 do Globo, “’Pegadinha’ nos juros bancários – para obter as taxas que as instituições divulgam, cliente deve cumprir uma série de obrigações”.

“Os clientes que foram ontem (segunda-feira) aos bancos para ter informações sobre as novas taxas de juros saíram decepcionados”.

Na pág. B5 do Estadão desta quarta-feira, “calote em alta limita nova queda dos juros, diz Itaú”.
Navalha
O Itaú é patrocinador do futebol (medíocre) da Globo.
A Globo quer entrar na Classe “C”.
Enquanto isso, a Caixa abre as portas mais cedo para dar informações aos clientes sobre a dupla redução dos juros.
Nesta quarta-feira, a Caixa anuncia outros cortes no financiamento da casa própria.
O Governo Dilma peitou os bancos com o corte dos juros na Caixa, no BB e no BNDES.
O que teria sido impossível no sombrio governo do Cerra e do Farol de Alexandria, porque eles prometeram ao FMI vender a Caixa, o BB e ainda ia transformar o BNDES em agência do Morgan Stanley.




Paulo Henrique Amorim

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