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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 25, 2012

Serra contrata editor de Veja para coordenação da campanha



Por Altamiro Borges –
Sem maior estardalhaço – talvez para não apimentar ainda mais a CPI do Cachoeira, que poderá desnudar as promíscuas relações da mídia no país –, a Folha noticiou nesta semana que o editor de Brasil da Veja, Fábio Portela, deixou o seu régio cargo para integrar o comando de campanha de José Serra à prefeitura paulistana. Ele assumirá a coordenação de imprensa do candidato tucano.
De forma “indireta”, a revista já estava em plena campanha. Ela fez o que pode para esconder o best-seller A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro, que apresenta farta documentação sobre o desvio de dinheiro das privatizações por parte da filha, do genro e do ex-tesoureiro de José Serra. Bob Civita, capo da publicação, sempre blindou o ex-governador e amigo íntimo.
Bob Civita está acuado
Agora, um ex-editor da Veja assume de forma “direta” a campanha do tucano – o que indica que ela deverá ser tão ou mais suja do que a disputa presidencial de 2010. Civita fará de tudo para garantir a sobrevida da oposição demotucana no país e a eleição da prefeitura paulistana é decisiva neste sentido. A derrota eleitoral de Serra seria um desastre para a direita nativa.
Bob Civita está apavorado com o desenrolar dos acontecimentos políticos. A Operação Monte Carlo da Polícia Federal abateu mais um dos seus falsos moralistas, o ex-demo Demóstenes Torres, e revelou as mais de 200 telefonemas do seu editor-chefe para o mafioso Carlinhos Cachoeira. O capo da Veja pode até ser convocado para depor na CPI pelos vínculos da revista com o crime organizado.
mais:
*Ajusticeiradeesquerda

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