Juíza dos EUA mantém processo contra Maluf por desvio de US$ 11 milhões
Reuters
Um tribunal de Nova York rejeitou nesta quarta-feira um pedido do
deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) para arquivar um processo aberto em
2007 sobre um desvio de US$ 11,6 milhões na época em que foi prefeito
de São Paulo. Maluf e seu filho Flávio, empresário e também réu no
processo, solicitavam o cancelamento da denúncia de participação em um
esquema de propinas no qual o dinheiro era enviado para uma conta
bancária em Nova York e, então, transferido para paraísos fiscais.
Os dois acusados também solicitavam que a Justiça suspendesse os
"alertas vermelhos" da Interpol, que podem levá-los à prisão caso deixem
o Brasil. O promotor do caso lembrou que o Brasil jamais extradita seus
cidadãos e que os réus nunca foram a Nova York responder às acusações.
Autoridades de Nova York dizem que a verba desviada está entre os US$
140 milhões, quantia que teria passado por uma conta bancária de
Manhattan ligada ao deputado. Na decisão, a juíza Marcy Friedman, da
Suprema Corte de Justiça do Estado de Nova York, recusa o arquivamento
da ação porque os réus não foram capazes de provar o que alegavam.
As acusações envolvem o superfaturamento de obras viárias no período de
1993 a 1996, quando Maluf foi prefeito de São Paulo. De acordo com os
documentos judiciais, o dinheiro era enviado por intermédio do Safra
National Bank, em Nova York, para contas controladas por Maluf em
Bailiwick, na ilha de Jersey, no Canal da Mancha.
Parte desse dinheiro teria sido repatriada ao Brasil para gastos
pessoais e financiamentos de campanhas eleitorais, enquanto outra
quantia teria sido empregada na compra de relógios em Nova York, de
acordo com a promotoria. O advogado Bryan Skarlatos, que representa o
ex-prefeito e seu filho, disse que há um processo tramitando no Brasil
sobre as mesmas acusações.
"Tenho certeza de que ele pretende recorrer (da decisão de Nova York)",
disse Skarlatos. Maluf, seu filho e três outros réus são acusados de
mais de uma dúzia de crimes no processo de Nova York. As acusações mais
graves acarretam pena de até 25 anos de prisão. O político foi preso
durante um curto período em 2005, em São Paulo, pela acusação de lavagem
de dinheiro.
*esquerdopata
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