Ação Civil pública: Procurador diz que o que foi visto em 15 de janeiro, no BBB, viola os “direitos da mulher”.
Quanto
de realidade pode, afinal, ter um reality show? Não o bastante a ponto
de uma emissora exibir “cenas que possam estar relacionadas, mesmo que
em tese, à prática de crimes”.
Ao
entender assim, o Ministério Público Federal em São Paulo mira um alvo
específico: a polêmica sexual na 12ª edição do “Big Brother Brasil”. Em
janeiro, o modelo Daniel Echaniz foi acusado de molestar a colega de
confinamento Monique Amin.
Após
uma festa, os dois dividiram a cama. Viu-se um movimento intenso sob o
edredom, mas ela parecia desacordada. Echaniz acabou expulso do programa
por “grave comportamento inadequado”. Mas o inquérito policial aberto
não deu em nada. Fora da casa, a participante negou a culpa do ex-BBB e
disse ter plena noção do que fazia naquela cama.
Filtro moral
Em
ação civil pública protocolada ontem, o procurador Jefferson Aparecido
Dias afirma que Globo e União são responsáveis por submeter, em futuros
“BBBs”, cenas a um “filtro ético-moral”.
Dias
diz que a ação procede ainda que a agressão sexual não tenha de fato
ocorrido. Suponha que dois confinados simulem um estupro no próximo
“BBB”. Importaria, de acordo com sua tese, mais o que o público acha que
viu. E o visto em 15 de janeiro viola os “direitos da mulher”.
Para
Dias, cabia à Globo intervir no pay-per-view. A cena do edredom se
estendeu por quase dez minutos, com ampla repercussão nas redes sociais.
Ele também critica a edição exibida na TV aberta. Na ocasião, a Globo
resumiu o envolvimento do casal como “romance”, sem abordar a polêmica.
“O amor é lindo”, comentou então Pedro Bial.
O
texto cita ainda controvérsias anteriores, como a declaração de Marcelo
Dourado (vencedor do “BBB 10”) de que “hétero não pega Aids”.
A
União aparece na ação pois, segundo o procurador, o Ministério das
Comunicações deve fiscalizar o reality. A pasta não se manifestou por
não ter sido notificada.
Já
a Globo deve vetar conteúdos similares nas TVs aberta e paga e em
outros meios, como sites. Também se pede campanha antiviolência contra a
mulher. A empresa diz que não recebeu nada oficialmente e ressalta que,
na TV aberta, não exibiu o suposto estupro.
*Mariadapenhaneles
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