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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 03, 2012

Massacre da mídia arranha PT, mas PSDB-DEM seguem rejeitados


Massacre midiático contra o PT e governo Lula foi, meticulosamente, combinado para acontecer durantes as eleições. 
Massacre midiático contra o PT e governo Lula foi, meticulosamente, combinado para acontecer durantes as eleições. 

Mas oposição patina e em São Paulo, Serra, que começou disparado é ameaçado por Haddad, petista tinha apenas 3% no início da corrida eleitoral 

Que a pressa em julgar o mensalão, durante o período eleitoral, têm questões políticas de fundo, nem os minerais duvidam disso. 

Por Palavras Diversas 

O fato é que após o início da propaganda eleitoral gratuita, no rádio e na TV, o que se percebe são os candidatos dos partidos oposicionistas caindo, os do PT se recuperando e partido recém cooptados, como o PSB, ou vistos como nova opção, PRB e PDT, se destacando. 

O trabalho midiático combinado com as sessões do STF e as falas dos "caciques" do PSDB e do DEM no Jornal Nacional, diariamente, para massacrar o legado de Lula e do PT, confundindo-os, dolosamente, com o julgamento em questão, não está tendo o resultado esperado. 

Nem o PT lidera, muito menos é desprezado como força política-eleitoral capaz de reverter este quadro. 

Cenários em capitais importantes 

Em Porto Alegre o candidato José Fortunati, do PDT, cooptado como figura de oposição ao partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul, começa a patinar nos números e vê Manuela D'Ávilla, do PC do B, aliada de Dilma encostar. 

Villaverde, do PT, quase dobrou seus índices em pouco mais de uma semana. Já o PSDB não existe, o candidato tucano não consegue ultrapassar o traço. 

Em Belo Horizonte, Patrus Ananias, recém lançado candidato a prefeito, em resposta a asfixia ao PT tentada por Aécio Neves, com a cumplicidade do PSB mineiro, já atinge 30% da preferência popular. 

No Rio de Janeiro, Eduardo Paes, dobradinha PMDB/PT, tem cerca 54% e vence a todos os adversários com uma sobra de mais de 20%. O DEM e PSDB andam para trás e não chegam aos 5%, um verdadeiro vexame. 

César Maia, prefeito que governou a cidade por três mandatos pelo PFL/DEM, teve seus bens bloqueados pela justiça por irregularidade no carnaval de 2009 e suspeitam que tal manobra tenha se repetido várias vezes. 

Em Fortaleza Moroni Torgan, do DEM, começou disparado na liderança, mas após o início da campanha para valer, desabou 7% e viu o PT e o PSB encostarem. O PSDB não chega aos 5% na capital cearense. 

Em Recife, Humberto Costa, PT, e Geraldo Júlio, do PSB, o candidato associado ao oposicionista Jarbas Vasconcellos, lideram com quase 30% das intenções de voto. O candidato do DEM, Mendonça Filho, aparece em queda livre com apenas 11% e está na terceira posição, Daniel Coelho (PSDB) registrou 9%. 

Em Curitiba, Ratinho Júnior do PSC, lidera e ameça desbancar o atual prefeito, Ducci do bloco PSB/PSDB, Fruet do PDT vem na cola dos dois. 

Em Goiânia o atual prefeito do PT, Paulo Garcia, é líder absoluto na disputa da capital goiana, com a preferência acima dos 30% dos eleitores.  

Em Belém quem se beneficia deste quadro político de enfrentamento é Edmilson Rodrigues (PSOL), que está acima dos 40% e disparou rumo a vitória no primeiro turno, seu concorrente mais próximo é do PMDB. 

Exceções 

Salvador, com ACM Neto do DEM com 40% e Manaus com Artur Virgílio do PSDB com 29%, mas em crise com os tucanos, são as exceções dos principais partidos de oposição nas principais cidades brasileiras. 

A vitória não garantida, principalmente em Manaus, mas lideram com folga. 

A derrocada vergonhosamente do PSDB 

São Paulo apresenta o maior exemplo da derrocada oposicionista. 

Ao lançarem José Serra candidato a prefeito pelo PSDB, os tucanos imaginavam uma vitória fácil e talvez até no primeiro turno. Serra começou bem a frente dos demais e hoje já vê ameaçado o segundo lugar na preferência do eleitor paulistano. 

Para tornar ainda mais dramático o cenário, o tucano tem rejeição recorde que já chega aos 43%. Russomano do PRB encarna o papel da terceira via e lidera, mas Haddad, do PT, dobrou suas intenções de voto e pode, mantidas as condições de pressão e temperatura, ir para o segundo turno com boas possibilidades de vitória, face a estrutura capilar do partido na cidade e a preferência dos eleitores da periferia. 

PT arranhado, mas oposição decadente na campanha 

O que se pode tirar desses cenários é que a oposição não tem fôlego e nem discurso para seduzir possíveis eleitores descontentes com o PT ou aqueles sob influência do massacre midiático que se faz contra o partido. 

Percebe-se que candidatos que representam uma terceira via, mas próximos do governo federal, tiram vantagens deste momento e se descolam dessa polarização desigual e covarde. 

Também é fato que o PSB, cooptado pela mídia e pelo PSDB, se sai bem onde não enfrenta dificuldades com a imprensa local e encarna o papel da mudança, mesmo que representem a continuidade. 

O PT está apresentando recuperação em algumas capitais, mas um olhar mais crítico pode delinear, claramente, que a campanha insidiosa da imprensa contra seus quadros e a confusão proposital que fazem na cabeça do eleitor na cobertura do mensalão no noticiário, tentando taxar, categoricamente o partido como um antro de malfeitos, provocou arranhões em sua popularidade. 

O que não é novidade, pois a cada disputa eleitoral os canhões midiáticos se voltam contra o partido e seus aliados, dessa vez inovam ao agregarem o PSB, partido da base do governo Dilma. 

Apesar desta constatação, o quadro não é de derrota, o que também pode ser visto é que o partido tem capacidade de reagir aos ataques e crescer. 

A opinião pública já não assina embaixo de tudo o que a imprensa proclama. 

A saída pode estar em uma estratégia mais agressiva, partir para o confronto direto contra seus habituais detratores e os novos dissimulados da "terceira via". Ex-aliados que se acomodam no front inimigo a espera de promessas feitas para 2014.

do blog "Brasil que eu quero"
*cutucandodeleve

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