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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 01, 2012

"CALUNISTAS" DO PIG - Rosemary e o ódio a Lula

 


A PF invadiria os escritórios da Policarpo Junior como invadiram da Presidência da República? É fato, o domínio é da Veja!
Por Altamiro Borges
Quase concluído o show do julgamento do “mensalão petista”, cronometrado para interferir nas eleições de outubro, um novo caso excita a mídia golpista e o seu braço partidário demotucano. A Operação Porto Seguro da PF revelou que agentes públicos – entre eles, Rosemary Noronha, chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo – estavam metidos em atos de corrupção e tráfico de influência. De imediato, a presidenta Dilma demitiu os onze supostos envolvidos. Mas a carga inflamável prosseguirá por bom tempo!
O caso é, aparentemente, grave e exige rigorosa apuração. Segundo o que já vazou na imprensa, a investigação da Polícia Federal teve início em março de 2011, quando um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) confessou um esquema de corrupção na venda de pareceres técnicos para empresas. Ele envolveria a chefe do gabinete da Presidência, o advogado-geral adjunto da União, José Weber, e os diretores das agências reguladoras da aviação civil (Anac) e das águas (ANA), os irmãos Rubens e Paulo Vieira, entre outros.
O script seguido por Dilma
Diante das denúncias, a presidenta Dilma seguiu o script do seu primeiro ano de gestão, quando exonerou sumariamente sete ministros linchados pela mídia. Ela também abriu sindicâncias internas para investigar o esquema. A rápida reação, porém, não acalmou a mídia golpista e a oposição demotucana. Na prática, estas não estão preocupadas com a corrupção – até porque são mais sujas do que pau de galinheiro. O episódio serviu apenas para reavivar o seu ódio ao ex-presidente Lula, maior responsável pela eleição de Dilma.
Rosemary Noronha foi trabalhar no gabinete da Presidência por indicação de Lula, em 2003. Antes, ela trabalhara 12 anos com o ex-ministro José Dirceu. Aproveitando-se da sua proximidade com os dois líderes petistas, ela teria sugerido nomes para várias funções no governo – inclusive o do seu filho e do seu ex-marido. Diante deste fato, bastante grave e que revela toda a força do patrimonialismo no país, a oposição demotucana e a mídia concluem, sem qualquer prova, que Lula também está metido neste esquema corrompido.
Estadão e o dono do escândalo
A mídia nem disfarça seu intento. Em editorial intitulado “O dono do escândalo”, o Estadão já concluiu que o ex-presidente é o culpado pelos “crimes de Rose”. É como se alguém responsabilizasse a famiglia Civita por ter mantido durante tanto tempo no comando do seu diário o jornalista Pimenta Neves, que assassinou cruelmente a ex-namorada Sandra Gomide, em agosto de 2000, num haras na cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo. Num primeiro momento, inclusive, o Estadão deu proteção ao assassino! Tráfico de influência?
O Estadão não aceita sequer a explicação do ex-presidente, que se disse “apunhalado pelas costas”. E sugere que ele seja investigado e, quem sabe, processado. “Ao se declarar ‘apunhalado pelas costas’, Lula faz como fez quando o mensalão veio à tona, e ele, fingindo ignorar a lambança, se disse ‘traído’. Resta saber se, desta vez, tornará a repetir mais adiante que tudo não passou de uma ‘farsa’ – quem sabe, uma conspiração da Polícia Federal com a mídia conservadora, a que a sua sucessora no Planalto afinal sucumbiu”.
Folha teme pelo governo de SP
No mesmo rumo, o jornal da famiglia Frias, a mesma que cedeu seus veículos aos órgãos de repressão no período da ditadura militar, festeja a eclosão do novo escândalo de corrupção. No editorial “Porto inseguro”, a Folha solta rojões: “O pior da tormenta parecia superado pelo PT. O julgamento do mensalão se encaminhava para um anticlímax, após as pesadas penas de prisão para alguns líderes seus já em marcha para o ostracismo… A Operação Porto Seguro, no entanto, veio varrer as expectativas de calmaria”.
O jornal nem esconde que o julgamento do “mensalão” visou interferir nas eleições e lamenta que não tenha atingido o seu intento. “O PT colheu bom resultado nos pleitos, dadas as circunstâncias, com a vitória em São Paulo. A popularidade da presidente Dilma Rousseff não se abalou”. Daí a sua alegria com a descoberta, pela Polícia Federal (é bom frisar!), de um novo escândalo de corrupção. Para o jornal, o caso desgasta Lula, que “nunca aposentou o apetite pelo poder” e pode até disputar o governo de São Paulo. Haja medo!
"Calunistas" com passe livre para matar
O ódio ao ex-presidente fica mais explícito nos textos de alguns “calunistas”, mais realistas do que os reis e com passe livre para matar. O blogueiro psicopata da Veja já decretou que Rosemary é a “mulher do Lula”, numa insinuação maldosa que ele nunca fez a respeito da “mulher de FHC”! Também apavorado com as eleições em São Paulo, ele sugere que Lula indique “a sua mulher” como vice. “É tão longeva a parceria de ambos que certamente trabalhariam de modo muito afinado caso o eleitorado acolha o casal”, rosna o pitbull.
Já Josias de Souza, o colunista da Folha que transita no ninho tucano, conclui que o ex-presidente é um mentiroso, quando diz que foi “apunhalado” pela ex-chefe do gabinete da Presidência. “Tido como gênio da arte da política, ele revela-se, a cada novo escândalo, um precário formador de equipes. Vivo, o cronista Nelson Rodrigues diria que, nessa matéria, Lula é um débil mental de babar na gravata”. De fato, tem muito gente babando, mas é de ódio contra o ex-presidente! O clima não vai se acalmar nem com as festanças do final do ano.

do Blog Ficha Corrida 
*cutucandodeleve

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