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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 13, 2013

Bandeira Negra – Bandeira Anarquista

Bandeira Negra - Bandeira Anarquista
Bandeira Negra,
sua maior beleza
é ser uma anti-bandeira
no sentido nacional
Representa nenhuma nação
Pois é símbolo de união
Com objetivo de luta
Com objetivo de ação

Nacionalismo é um mal
Poderosos o colocaram
As fronteiras não nos separam
Nos separa a classe social

De união repercuta uma voz
Entre todos os produtores
Gritando paz entre nós
Gritando guerra aos senhores!

Trabalhadora e Trabalhador
Seja lá de onde for
Também é um dos nossos
Não travemos fratricidas combates
Que não haja guerra entre os povos
Que não haja paz entre as classes!

Sob as coloridas bandeiras nacionais
a humanidade agoniza
Entre multidão de divisas,
sofrimentos tão iguais!

Nos dividindo é a maneira
Que o inimigo se fortalece
Contra isso é preciso lutar

Levantemos bandeira negra
bandeira que se escurece
para que o ser humano possa brilhar

Chega de tiranias!
Escancaradas
ou travestidas de democracia

Governo é só sofrimento e opressão
Para cima da população
Nesse mundo degradativo
Só os trabalhadores podem dar solução
Botando fora o político
Botando fora o patrão

Se lançando ao combate
Abolindo a propriedade
dos meios de produção

Começar a organização da sociedade
Através do povo em união
Derrotar a ilusão de incapacidade
Sua infinita capacidade mostrarão

Para uma verdadeira revolução
Que leve para a libertação
Não há outra maneira

Que o nosso ser seja fogueira
A queimar toda opressão
Levantemos bandeira negra
e gritemos autogestão

Luiz Aurélio
*anarquista.net

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