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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 13, 2013

Como FHC deu
o porto de Santos a Dantas

Com 10% Dantas controlou o maior porto da América Latina: “brilhante”!


A empresa de Daniel Dantas que controla o porto de Santos, é, desde 1997, a Santos Brasil, em pleno reinado de Fernando Henrique, segundo o portal da empresa:

O Consórcio Santos Brasil sagra-se vencedor no processo público para arrendamento do terminal de contêineres do Porto de Santos (Tecon de Santos / Tecon 1), realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O consórcio vencedor origina a Santos Brasil S.A.

Com variações, Dantas montou no “Consórcio Santos Brasil” o mesmo esquema societário “piramidal” que lhe deu, de mão beijada, a Brasil Telecom, naquela famosa operação do “se der m… estamos juntos”.

Funcionava assim a “pirâmide”: tinha o Citibank, que chegava ao Brasil com o know-how de comprar tudo na Privataria do Menem na Argentina, os fundos de pensão das empresas estatais – Previ, Petros e Funcef -, que o FHC deu na bandeja para Dantas, e Dantas.

Dantas tinha lá e cá, na BrT e no Consórcio Santos Brasil, 10%.

10% !!!

E mandava em tudo.

Com 10% !

Como diz o Fernando Henrique: “dizem que ele foi brilhante !”

“Foi”, não, o Eduardo Cunha que o diga: é !

Com a conivência do Fernando Henrique, Dantas montou uma pirâmide societária em que ele amarrou os fundos e jogou o Citi do outro lado da sociedade.

Se o Citi quisesse brigar com ele, não contaria com os fundos, como aconteceu na Brasil Telecom, o que resultou na expulsão do Dantas da BrT.

Na Santos Brasil, não,

Os fundos não tinham para onde se mexer.

Nem o Citi, também minoritário.

O Citi e os fundos não mandavam na empresa e não podiam se aliar contra Dantas.

Brilhante !

Dantas se associou a outro grupo empresarial, a Multiterminais, hoje controlada pelos herdeiros de Klien, da Fink, e o Gávea, de Armínio Fraga.

Temos, aí, então, amigo navegante, uma troupe de elite: Dantas, os Klien e Arminio Fraga.

O tucanato em sua mais sólida essência.

A certa altura, começaram a sair na imprensa pigal (*) – como sempre – “notícias” plantadas que beneficiavam Dantas e prejudicavam o Citi e os fundos.

Os Klien e Dantas chamaram um aumento de capital.

Os fundos e o Citi, acuados pelo PiG (*), não concordaram e  foram à Justiça.

Surpreendentemente, Dantas ganhou na Justiça.

Surpresa !

Os fundos e o Citi se viram na obrigação de cair fora.

Iam perder dinheiro.

Receberam o que botaram no negócio, mas perderam um negócio de grande potencial.

Sobretudo, se passar a MP dos Porcos e, não, a do senador Eduardo Braga, que expressa os interesses do Governo Dilma.

Se passar a MP dos Porcos, Dantas receberá de presente – de novo ! – o maior porto da América Latina.

Presente de um Governo amedrontado– veja aqui que a Ministra da Casa Civil foge dele.

E de um Congresso sitiado pelo Tio Patinhas.

Como se percebe, de um lado está o Governo Federal e, de outro, Dantas (Arminio e os Klien).

Será que Dantas mandou um presentinho para o Eduardo Cunha, como suspeita O Globo ?

“Foi” ou não “foi” brilhante, o rapaz ?

Menos na Corte da Inglaterra, onde foi condenado por adulterar contas bancárias e mentir; e pelo Juiz Fausto De Sanctis que o condenou a 10 anos de xilindró. Clique aqui para ver video do jornal nacional que Gilmar Dantas (**) ignorou.

Brilhante(s) !

Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

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