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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 07, 2013

Dilma felicita OMC e prevê "crescimento e justiça"



"Ao apresentar o nome do Embaixador (Roberto) Azevêdo para esta alta função (diretor-geral da OMC), o Brasil tinha claro que, por sua experiência e compromisso, ele poderia conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo", registrou a presidente Dilma Rousseff em nota oficial sobre a eleição do diplomata ao posto; "Essa mensagem foi entendida por expressiva maioria", assinalou; "Não é uma vitória do Brasil, nem de um grupo de países, mas da Organização Mundial do Comércio", finalizou a presidente; ela manifestou que à Organização caberá "nos próximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial"; íntegra
Em nota divulgada nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse ter recebido com satisfação a escolha embaixador Roberto Azevêdo para assumir a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Dilma destacou a experiência e o compromisso do embaixador, que, segundo ela, foi escolhido com o objetivo de criar as condições para um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo.
Confira a íntegra da nota:
O Governo brasileiro recebe com satisfação a escolha do Embaixador Roberto Azevêdo para Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio.
Ainda sofrendo os efeitos da crise mundial iniciada em 2008, caberá à OMC nos próximos anos dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comercio mundial, fundamental para que a economia global entre em novo período de crescimento e justiça social.
Ao apresentar o nome do Embaixador Azevêdo para esta alta função, o Brasil tinha claro que, por sua experiência e compromisso, ele poderia conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo.
Essa mensagem foi entendida por expressiva maioria e, por esta razão, agradeço o apoio que nosso candidato recebeu de Governos de todo o mundo nas três rodadas de votação. Essa não é uma vitória do Brasil, nem de um grupo de países, mas da Organização Mundial do Comércio.
Dilma Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil
Repercussão
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel também celebrou a escolha do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para assumir a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e disse que a eleição do brasileiro é "boa para o Brasil e melhor para a OMC". Segundo o ministro, o governo brasileiro trabalhou para a escolha de Azevêdo por considerá-lo o melhor candidato, mas sua eleição não deve facilitar as negociações comerciais do País. "É bom para a imagem do País, que sempre trabalhou segundo as regras da OMC, e é melhor ainda para a Organização, por ter um excelente secretário-geral", comentou.
Roberto Azevêdo ocupa desde 2008 o cargo de Representante Permanente do Brasil na OMC, enquanto Hermínio Blanco, que disputava o cargo com ele, é economista e ex-ministro de Comércio e Indústria do México. Qualquer dos dois que fosse o candidato escolhido seria o primeiro latino americano a dirigir a entidade. Azevêdo tomará posse em 31 de agosto, em substituição do francês Pascal Lamy.
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, também comentou e celebrou a nomeação. "A OMC vai ganhar com a presença de uma pessoa com personalidade de tamanha relevância", disse Ferreira, em entrevista durante evento em São Paulo. Para o presidente da Vale, a escolha mostra que o País "tem todas as condições de ser um ativo participante nas decisões do comércio internacional".
Confiança
A eleição de Azevêdo representa a confiança da comunidade internacional no Brasil, diz a especialista em comércio exterior Marília Castañon Pena Valle, ex-coordenadora-geral do Departamento de Defesa Comercial, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Para Marília Valle, a vitória do brasileiro deve ser observada como resultado de uma atuação "séria e correta".
"É muito importante o significado para o Brasil do embaixador Azevêdo [na direção-geral da OMC]. É o primeiro latino-americano, brasileiro, e que tem uma longa trajetória nas negociações comerciais internacionais", destacou. "Ele terá pela frente um grande desafio: destravar as negociações que estão paralisadas, principalmente devido às crises econômicas."
Para a especialista, o desafio maior é dar continuidade à Rodada de Doha – cujas negociações, iniciadas no início dos anos 2000 com o objetivo de construir um amplo acordo de liberalização do comércio, não apresentam resultados há cerca de dez anos. "Certamente o largo conhecimento do embaixador Azevêdo vai contribuir muito nesse processo", disse ela.
Segundo Maríla Valle, o perfil do Brasil também deve ser considerado como positivo. "O Brasil tem um perfil exportador, mas também tem um viés importador. A posição brasileira, nas negociações, sempre foi de equilíbrio, o que garantiu ao país a credibilidade que tem hoje", ressaltou.
A especialista participou de várias articulações relativas aos processos antidumping, subsídios e salvaguardas. Ela foi negociadora do governo brasileiro na OMC - nas ações referentes aos códigos de dumping, subsídios e medidas compensatória e de salvaguardas.
Com Agência Brasil e Blog do Planalto

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