Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 06, 2013

Se o dinheiro não é público e se as contas o PT estão limpas, sobra o Caixa Dois. O Mino avisou !




Diante da devastadora revelação do Rubens Valente – o Tribunal Superior Eleitoral escondeu a decisão, mas absolveu o PT do mensalão -, é fácil perceber a  ofensiva que a Big House desfechará, a partir desta segunda feira.
Big House, como se sabe, é um conjunto composto de STF e da arma nuclear da Democracia: o PiG (*) e seus mervais piguentos.

O primeiro passo dessa nova estratégia, agora que o Supremo Tapetão dos derrotados analisa os embargos, será desmoralizar o TSE.

Mesmo que a presidenta do TSE seja a ministra Carmen Lucia, do Supremo.

A Big House não perdoa !

Como se sabe, o Supremo Tapetão dos derrotados desqualificou o Tribunal de Contas, que considerou legais as operações de João Paulo Cunha na presidência da Câmara, como demonstrou de forma inequívoca reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira na “Retrato do Brasil”.

Para condenar João Paulo sem provas, o Supremo teve que desqualificar também parecer de auditoria da própria Câmara, já sob a presidência do Severino Cavalcanti.

Agora, o STF vai ter que desmoralizar o TSE.

Como inocentar as contas do PT, as contas desse notório corrupto, José Genoino, que vive dos juros de sua conta milionária no banco Opportunity ?

O STF está contra a parede (da OEA).

Vai ter que explicar, por exemplo, a questão da dupla jurisdição.

O que o Duda, enfim absolvido, estava fazendo no Supremo ?

Vai ter que provar que o dinheiro da Visanet era público.

Como, público ?

Se quem pagava a agência do Marcos Valério, a DNA, era a Visanet e, não, o Banco do Brasil ?

Se o dinheiro ou os serviços da DNA nunca trafegaram na contabilidade do Banco do Brasil ?

Que o Banco do Brasil é tão dono da Visanet quanto o Bradesco e o Santander ?

Que a Visanet é tão pública quanto a Rede Globo, que se engorda com a SECOM.

Se a Visanet é uma empresa PRIVADA, financiada pelos bancos, para divulgar as bandeiras dos cartões de crédito, já que o produto dela, Visanet, são as maquininhas usadas numa compra com cartão ?

Que os bancos financiam a Visanet na proporção de sua partipação acionária.

E o que a Visanet quer é promover a venda com cartão para que mais pessoas e estabelecimentos usem a maquininha dela ?

A Visanet contratou a DNA do Marcos Valerio numa época em que governava o Brasil Fernando Henrique Cardoso.

E a Visanet comprovou item por item os serviços que a DNA prestou para fazer a propaganda do OuroCard, o cartão do Banco do Brasil ?

Não fugiu um tostão para o bolso do Dirceu.

Se o dinheiro foi para remunerar o serviços da DNA, como é que o Dirceu comprou deputados ?

Com que dinheiro ?

Do empréstimo que o PT levantou no tempo do Genoino ?

Mas, se o TSE disse que as contas do PT eram lisas como bumbum de recém-nascido ?

E se o PT pagou judicialmente o que devia a bancos ?

E o próprio TSE fiscalizou o pagamento do PT aos bancos, religiosamente.

Cadê o dinheiro de corrupção ativa ?

Veio de onde ?

Se o dinheiro não é público e o PT demonstrou que pegou dinheiro em banco para comprar papel higiênico … o que sobra ?

Sobra o que o Ataulfo Merval (**) mais teme.

Sobra o que o Supremo sabe, mas não confessa.

Sobra aquilo que o Mino sempre disse que era.

Caixa Dois.

O Marcos Valério e o Delúbio confessaram o crime de Caixa Dois !

De evasão fiscal.

Caixa Dois que é a mais brasileira do que goiabada com queijo.

Ou o PSDB não faz Caixa Dois ?

O Serjão tinha pavor de Caixa Dois !

Como é que o Fernando Henrique comprou a reeleição a R$ 200 mil a cabeça ?

(“Dr Xis” vem aí !)

Com dinheiro do Caixa Um do Serjão ?

O PSB do Eduardo Campriles não faz Caixa Dois ?

O PMDB do Eduardo Cunha, por exemplo, jamais recorreu à Caixa Dois !

Por que não saiureforma política do Henrique Fontana ?

Porque o sistema político do Brasil é viciado em Caixa Dois.

Mas, o Supremo Tapetão não pode engolir o Caixa Dois.

E com o mesmo despudor com que o Gurgel – que o Collor chama de “prevaricador” – pode ter incriminado o Genoino, para não desmanchar o crime de “formação de quadrilha”, agora não pode passar o recibo e dizer: não, de fato, a Ministra Carmen Lucia tem razão e as contas do PT nos anos do “mensalão” estão limpas.

Com o é que o Gilmar Dantas (***) vai pedir desculpas daquele momento melodramático “até o Banco do Brasil, senhores, até o Banco do Brasil ! …

Qual é a saída ?

Desmoralizar o TSE !

O PiG cuidará disso.


Paulo Henrique Amorim
*cutucandodeleve

Nenhum comentário:

Postar um comentário