ATENÇÃO BÁSICA Mais Médicos: 400 profissionais cubanos chegam ao Brasil
ATENÇÃO BÁSICA
Mais Médicos: 400 profissionais cubanos chegam ao Brasil
Eles desembarcam no Brasil a partir deste
sábado (24) em quatro capitais para participar do módulo de avaliação.
Profissionais começam a atuar nos municípios em 16 de setembro
Os 400 médicos cubanos que atuarão na primeira etapa do programa Mais
Médicos por meio de acordo entre o Ministério da Saúde e a Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas) chegam ao Brasil neste fim de semana. Eles
saem de Havana em dois voos fretados pelo governo de Cuba e desembarcam
em quatro capitais brasileiras onde participarão, ao longo de três
semanas, do módulo de avaliação do programa sobre saúde pública
brasileira e língua portuguesa junto com os demais estrangeiros e
brasileiros formados no exterior que se inscreveram no programa.
Após a aprovação nesta etapa, a partir de 16 de setembro, eles serão
encaminhados para atender a população nas unidades básicas de saúde de
um dos 701 municípios que não foram selecionados por nenhum médico
brasileiro nem estrangeiro.
No sábado (24), um grupo de 206 médicos cubanos chegam em voo que fará
escala às 13h50 no Aeroporto Internacional Gilberto Freire, em Recife, e
seguirá para o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em
Brasília, com pouso previsto para 18h.
No domingo (25), outro grupo de 194 médicos cubanos chega em voo que
fará escalas em Fortaleza e Recife antes de chegar a Salvador. Em
Fortaleza, os profissionais desembarcam no Aeroporto Internacional Pinto
Martins às 13h20. Em Recife, eles chegam às 16h05 no Aeroporto
Internacional Gilberto Freyre. E em Salvador, os médicos desembarcam às
18h50 no Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães.
Estes profissionais serão direcionados para
atuar nos 701 municípios que não foram escolhidos por nenhum médico na
etapa de chamamento individual do programa, tanto de brasileiros quanto
de estrangeiros.
A concessão de registro profissional desses profissionais de Cuba segue a
regra fixada para os demais estrangeiros que trabalharão no Mais
Médicos: eles terão autorização especial para trabalhar por três anos
exclusivamente nos serviços de atenção básico em que forem lotados no
âmbito do programa.
“Estes profissionais vão atender a população de cidades que apresentam o
pior índice de desenvolvimento humano do país e que enfrentam
dificuldades de contratar médicos. Estão chegando profissionais muito
bem preparados, experientes, que já trabalharam em países de língua
portuguesa e com especialização em saúde da família”, destacou o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os médicos cubanos que trabalharão no Brasil já participaram de outras
missões internacionais, sendo que 42% deles já estiveram em pelo menos
dois países dos mais de 50 com que Cuba já estabeleceu acordos deste
tipo. Além disso, todos têm especialização em Medicina da Família. A
experiência também é alta: 84% têm mais de 16 anos de experiência em
Medicina. A busca por esse perfil visou a encontrar profissionais
habituados cidades com habitantes em situação de vulnerabilidade.
MUNICÍPIOS –Até
o final do ano, outros 3.600 médicos cubanos devem chegar ao Brasil
para atuar pelo Programa Mais Médicos, completando um total de 4 mil
profissionais de Cuba para atuar na iniciativa por meio de um termo
de cooperação assinado entre o Ministério da Saúde brasileiro com a
Opas para as vagas que não foram escolhidas por brasileiros e
estrangeiros.
A maioria dos 701 municípios que não despertaram o interesse de nenhum
profissional (68%) apresenta os piores índices de desenvolvimento humano
do país – IDH muito baixo e baixo, segundo PNUD – e 84% estão no
interior do Norte e Nordeste em regiões com 20% ou mais de sua população
vivendo em situação de extrema pobreza.
Juntas, essas cidades abrangem população de 11 milhões de pessoas – 5 milhões delas vive em áreas rurais. O índice de mortalidade infantil neste conjunto é 1,5 vezes maior que a média nacional. Enquanto no Brasil a média é 16 mortes por mil nascidos vivos, nessas cidades o número salta para 26.
Juntas, essas cidades abrangem população de 11 milhões de pessoas – 5 milhões delas vive em áreas rurais. O índice de mortalidade infantil neste conjunto é 1,5 vezes maior que a média nacional. Enquanto no Brasil a média é 16 mortes por mil nascidos vivos, nessas cidades o número salta para 26.
Os 701 municípios excluídos pelos profissionais inscritos na primeira
etapa do programa estão distribuídos em 22 estados brasileiros. O Piauí é
o que concentra o maior número de cidades, 121, seguido da Bahia, 108.
No Maranhão, 90 municípios estão nessa lista. Esses três estados possuem
algumas das menores proporções de médicos por mil habitantes do Brasil,
com destaque para o Maranhão, que conta com o menor índice do país –
0,5 médicos/mil habitantes.
A região Nordeste abrange 72% (503) das cidades, seguidos pelo Norte,
que reúne 88 cidades, e Sul, 79. Do restante, 26 estão no Sudeste e 5 no
Centro-Oeste. Em todos os estados do Nordeste e do Norte, 100% dos
municípios que não despertaram interesse em nenhum médicodesta primeira
etapa do programa possuem 20% ou mais de sua população vivendo em
situação de extrema pobreza.
MAIS MÉDICOS – Neste
final de semana, também estão chegando ao país os 244 médicos
estrangeiros e brasileiros com registro profissional no exterior
inscritos na seleção individual na primeira etapa do programa.Esses
profissionais desembarcam em oito capitais onde participarão do módulo
de avalição do programa sobre saúde pública brasileira e língua
portuguesa: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.
Além dos 244 médicos que estão chegando para atuar nesta primeira etapa
do programa, 48 ainda estão apresentando documentos para emissão de
passagem a tempo de participar do primeiro ciclo de avaliação. Os demais
inscritos podem dar continuidade ao cadastramento para participar da
segunda etapa de seleção, que está aberta até dia 30 deste mês.
No primeiro mês de seleção individual, 1.096 profissionais com diplomas
do Brasil e 244 formados no exterior – sendo 99 de nacionalidade
brasileira e 145 estrangeiros – confirmaram sua participação no Mais
Médicos. Eles estão distribuídos em 516 municípios e 15 distritos
sanitários indígenas. Ao todo, 3.511 cidades aderiram ao programa
apontando 15.450 vagas.
A segunda seleção foi aberta nesta segunda-feira (19) para adesão de
novos municípios e médicos brasileiros e estrangeiros, que podem se
cadastrar até o dia 30 de agosto. Os profissionais selecionados nesta
etapa iniciarão as atividades ainda na primeira quinzena de outubro.
Lançado pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, no dia 8 de julho,
o Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento
aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em
infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de
médicos nas regiões carentes do país.
*CarlosMaia
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