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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 29, 2013

Motorista cego bate recorde mundial de velocidade em moto


Stuart Gunn é o cego e deficiente físico mais rápido do mundo em uma motocicleta.
O escocês de 39 anos de idade bateu o recorde de velocidade no sábado, quando atingiu 268 km/h, em North Yorkshire, no norte da Inglaterra.
“Estou em êxtase. É Absolutamente fascinante”, disse Gunn à mídia local.
Ele superou o recorde anterior estabelecido, de 264 km/h, obtido em 2003 pelo também cego, e ex-soldado britânico, Billy Baxter.
O pai do piloto, Geoff Gunn, acompanhou o filho durante a prova, e o guiou através de um sistema de intercomunicação.
O pai de Stuart (à direita) acompanhou o piloto durante a prova em que atingiu 268 km/h. Foto: Stuart Gunn
O pai de Stuart (à direita) acompanhou o piloto durante a prova em que atingiu 268 km/h. Foto: Stuart Gunn
Um ataque surpresa
A história de Stuart Gunn é de superação.
Há 11 anos, ele ficou gravemente ferido em um acidente de moto que o deixou parcialmente paralisado. Anos mais tarde, convulsões relacionadas ao acidente o deixaram cego.
Surpreendentemente, ele decidiu que a melhor coisa a fazer seria subir novamente numa moto, e conduzi-la o mais rápido possível.
Quando, no final do ano passado, Gunn se preparava para bater o recorde de velocidade, ele sofreu uma agressão.
Ele foi atacado de surpresa em sua própria casa.
O piloto contou à BBC que estava esperando pelo correio quando abriu a porta e um homem o atacou, cortando seu rosto antes de roubar seus pertences.
Gunn disse que o incidente o deixou abalado, mas que estava determinado a conquistar o seu objetivo.
Mensagem positiva
O piloto contou que no sábado o vento era tão forte que ficou surpreso ao ouvir que ele havia conseguido quebrar o recorde.
“Espero que isso mostre que ser cego, ou deficiente físico, não significa que uma pessoa deva alterar ou limitar sua vida”, Gunn disse à jornalistas locais.
Em sua conta no Twitter, o escocês escreveu um “Whoooohaaaa!” para celebrar a vitória que selou uma grande conquista e representou um novo momento em sua carreira como motociclista.
*deficienteciente

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