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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 28, 2013

TSE considera ilegal e suspende propaganda de “Joaquim Barbosa Presidente”

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A corregedora-geral da Justiça Eleitoral, Laurita Vaz, determinou a retirada do ar do site www.joaquimbarbosapresidente.com.br, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral, que estava no ar desde outubro passado. Para a corregedora, a página na internet representa prática de propaganda eleitoral antecipada.
A decisão tomada na sexta-feira, mas só hoje foi divulgada, embora a página já esteja fora do ar.
O site foi criado pela Trato Comunicação e Editora,de propriedade do vereador Átila Alexandre Nunes, quinto mandatário da família do deputado Átila Nunes, que se elegeu em 1960, com os votos das comunidades umbandistas. De lá pra cá, o filão religioso elegeu sua mulher, Bambina, seu filho Átila, seu neto Átila também. Quando este morreu, ano passado, o irmão Átila Alexandre, elegeu-se.
Candidato ou não, o que só se saberá em abril do ano que vem, a propaganda é ilegal . “Infere-se, em princípio, da imagem do sítio eletrônico trazida aos autos propaganda eleitoral em favor da candidatura do ministro Joaquim Barbosa, para Presidência nas eleições de 2014″, afirmou Laurita Vaz.
Mas a ministra deu ainda um “cutucada”no Ministério Público, por ter se mantido parado diante da ilegalidade, cometida há quase um ano. “Impressiona ainda alusão na inicial da representação a que o conteúdo irregular do sítio eletrônico está sendo veiculado desde outubro de 2012″, disse a ministra, para frisar o seu estranhamento com a demora do MP.
Por: Fernando Brito
*Tijolaço 

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