Fuga de senador boliviano para o Brasil derruba Patriota
Ele será substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do país na ONU
Atualizado às 20h58
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu demissão nesta segunda-feira (26/08), após reunião com a presidente Dilma Rousseff. A saída do ministro acontece após a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava asilado na embaixada do Brasil há mais de um ano. Para o lugar dele, o Palácio do Planalto anunciou Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas).
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Antonio Cruz/ABr
Antonio Patriota (Relações Exteriores) pediu demissão nesta segunda-feira (26/08)
A saída do ministro aconteceu após uma reunião com a presidente na tarde desta segunda-feira. Em nota oficial, a presidente Dilma agradeceu "a dedicação e o empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos que permaneceu no cargo e anunciou a sua indicação para a Missão do Brasil na ONU".
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Até este final de semana, ele não tinha conseguido deixar a embaixada pela falta de um salvo-conduto, que as autoridades lhe negaram, sustentando que deve responder a essas acusações de corrupção. No sábado, ele chegou ao Brasil escoltado por militares brasileiros, por ordens do encarregado de negócios.
Crise
A fuga do senador abriu uma crise diplomática entre Brasil e Bolívia. Ainda nesta segunda-feira, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, disse que Molina não poderia ter deixado o país “por nenhum motivo” sem um salvo-conduto, que não foi concedido pelo governo. As autoridades da Bolívia enviaram uma nota diplomática à embaixada do Brasil, expressando “profunda preocupação” com o caso.
"Na nota diplomática nós expressamos nossa profunda preocupação com a transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional. Por nenhum motivo o senhor Pinto poderia deixar o país sem o salvo-conduto", disse Choquehuanca. Segundo ele, é necessário ter uma explicação oficial do Brasil sobre o tema porque "foram violadas normas nacionais e internacionais”.
Novo ministro
Figueiredo Machado, que assume o cargo em substituição a Patriota, é diplomata de carreira e já serviu como subsecretário-geral do Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty em 2011. Atualmente, estava em sua segunda passagem pela ONU -a primeira foi entre os anos de 1986 e 1989.
Marcello Casal Jr./Ag. Brasil
O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado
Machado foi, também, o negociador-chefe da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no ano passado.
O novo ministro também já trabalhou em Santago, Washington, Ottawa e Paris, onde representou o Brasil na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).O novo ministro é formado em direito pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
*operamundi
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