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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 27, 2013

Rui Falcão diz que conseguiu assinaturas para plebiscito


Do Brasil 247
Ao lado do PC do B, PDT e PSB, presidente do partido do governo diz ter conseguido o apoio de 171 deputados para protocolar proposta de consulta popular sugerida pela presidente Dilma Rousseff em resposta às manifestações de rua de junho. Partidos aliados acusam o PMDB de tentar sabotar o projeto. Em junho, o líder peemedebista  Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criticou os cinco pontos sugeridos pelo Executivo na mensagem entregue ao Congresso: "Isso é reforma eleitoral, não é reforma política"
O presidente do PT, Rui Falcão, anunciou nesta segunda-feira que partidos da base aliada conseguiram assinaturas necessárias para apresentar na Câmara um projeto de decreto legislativo pedindo a realização de um plebiscito sobre reforma política. A ideia foi sugerida pela presidente Dilma Rousseff em resposta às manifestações de rua de junho.
No total, PT, PC do B, PDT e PSB conseguiram 171 assinaturas de deputados para iniciar a tramitação da proposta. O líder do partido na Câmara, José Guimarães (PT-CE), deve protocolar o pedido amanhã na Câmara.
Se passar pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa, o projeto terá que ser pautado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para entrar na votação no plenário. Para chegar ao Senado, precisa de 257 votos.
Desde o início, o PMDB tem sabotado a proposta da presidente Dilma. Em reunião, deputados do partido decidiram que só aceitam a aprovação do plebiscito se a consulta popular for realizada em 2014, simultaneamente às eleições gerais - e não nos próximos meses, como queria o governo. "Qualquer um que entende o mínimo sobre o tempo e o regimento desta Casa saberia que era inviável o plebiscito valer para as eleições de 2014", disse o líder do segundo maior partido da base, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele ainda criticou os cinco pontos sugeridos pelo Executivo na mensagem entregue ao Congresso: "Isso é reforma eleitoral, não é reforma política".
Os peemedebistas ainda avisaram que pretendem defender a inclusão de outros temas no plebiscito, além dos cinco propostos por Dilma. Entre as sugestões do PMDB estão a adoção do parlamentarismo, o fim da reeleição e a delimitação do tempo de mandato. Ou seja, se depender do PMDB, a consulta deve demorar para ocorrer.
*amoralnato

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