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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 22, 2014

    FIQUE SABENDO: JUCELINO FOI ASSASSINADO PELOS MILITARES


Com base em depoimentos, laudos e documentos, relatório aponta a cúpula militar como uma das responsáveis pela conspiração responsável pela morte do ex-presidente, porém não propõe julgamento dos assassinos.
 Segundo a história oficial, Juscelino Kubitscheck morreu devido à colisão do carro em que estava com uma carreta que vinha no sentido oposto. O acidente ocorreu na rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976. O relatório da Comissão da Verdade de São Paulo, no entanto, traz conclusões diferentes sobre a morte de Juscelino Kubitschek.
“Em nome da História do Brasil, da Verdade e com base em 90 indícios, evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos, todos abaixo relacionados, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, em atividade na Câmara Municipal de São Paulo, DECLARA o assassinato de Juscelino Kubitschek de Oliveira, vítima de conspiração, complô e atentado político na Rodovia Presidente Dutra, em 22 de agosto de 1976, e, consequentemente, considera nula a causa mortis oficial, forjada no período da ditadura militar, segundo a qual o ex Presidente da República perdeu a vida em consequência de acidente de trânsito, durante viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro”, diz.
 A Comissão da Verdade de São Paulo pedirá ao Congresso Nacional e ao governo que modifique “história oficial”. As conclusões são de que o acidente foi, na verdade, orquestrado para esconder o assassinato do ex-presidente pelo regime militar.
 A versão defendida pela Comissão da Verdade é que o motorista do Opala onde estava JK foi baleado na cabeça. Baleado, perdeu o controle e colidiu com o caminhão. Para sustentar esta versão, há laudos no motorista e no carro e depoimentos de testemunhas do acidente.

 ___________> O ASSASSINATO

 Há laudos que apontam fragmentos de metal no crânio de Geraldo Ribeiro, motorista do ex-presidente. De acordo com o perito criminal, Alberto Carlos, em 1996, quando o corpo de Ribeiro foi exumado, havia uma lesão no crânio, mas ele foi impedido de fotografar.
 Os laudos do carro também apontam que ele foi modificado, após ser levado pela perícia, para esconder evidências do que levou ao acidente.
 O motorista do caminhão, Ademar Jahn, afirmou em seu depoimento ter visto o motorista do Opala com a cabeça caída entre o volante e a porta, o que indicaria que ele estava desacordado.
 Já o motorista de um ônibus, que foi acusado de ter causado o acidente, por supostamente fechar o carro de JK, afirma que chegaram a oferecer suborno, para ele assumir a responsabilidade da colisão.
 O relatório sobre a morte do ex-presidente começou a ser feito no começo do ano e já possui 90 itens que fortalecem a tese do assassinato pela Ditadura. Há ainda a suspeita de que o então presidente, João Figueiredo, o Serviço Nacional de Informação e a cúpula das Forças Armadas estariam envolvidos na conspiração.

 ___________> OPERAÇÃO CONDOR

 Não foi apenas JK que foi assassinado. Carlos Lacerda e João Goulart também estão na lista de figuras políticas importantes mortas pela ditadura. Os três foram figuras essenciais e fieis ao regime. Lacerda foi um dos principais propagandistas do golpe; Juscelino e Jango foram presidentes da República, ou seja, representavam diretamente o regime. Mas para a direita não basta derramar rios de dinheiro nas mãos das empreiteiras como fez JK, ou abrir mão do governo como fez Jango, e muito menos colocar os militares no poder para depois voltar-se contra eles como fez Carlos Lacerda.


THIETRE MIGUEL - RIO DE JANEIRO-RJ
Blog Justiceira de Esquerda

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