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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 15, 2014

Curso de aprofundamento Teatro do Oprimido

Coletivo Metaxis e Movimento de Dramaturgia Rural apresentam o Curso de Aprofundamento em Teatro do Oprimido com Dodi Leal e Weber Carvalho.

O curso visa propiciar um espaço de formação continuada para aqueles que, iniciados previamente no Teatro do Oprimido, buscam um aprimoramento do que já conheceram. Este módulo é destinado preferencialmente a atores/atrizes que já atuam em um coletivo de Teatro do Oprimido e têm condições de compartilhar suas experiências de criação e contato com o público. A pesquisa desenvolvida no aprofundamento permitirá a reflexão crítica sobre os pressupostos e dinâmicas do Teatro do Oprimido e o apoio na atuação pedagógica de multiplicação dos jogos e técnicas em escolas ou em outros espaços e contextos comunitários. Os participantes serão convidados a interagir com procedimentos ligados a experiência dos facilitadores do curso visando a experimentação criativa com a teoria e a prática do Teatro do Oprimido.

Propostas de Intervenção
Teatro-Fórum, Teatro Imagem,
Teatro Invisível, Teatro Jornal,
Arco-íris do Desejo, Teatro Legislativo.

Práticas de Experimentação
Comunicação Não-Violenta,
Justiça Restaurativa,
Dramaturgia Rural, Viewpoints,
Dança Clássica Indiana (Odisse),
Pranayama e Yoga.

Quando
Sábados das 9h às 12h

Onde
Bosque do Sesc Interlagos

Duração
de 08/03/2014 a 30/08/2014

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