A MALDADE DAS CRIANÇAS
Rodrigo César DiasVejam vocês a que extremos pode chegar a velhacaria desses guris. Um padre passa a vida inteira se esforçando para alcançar a santidade: ora, jejua, flagela-se, lê a Bíblia, abstém-se dos prazeres mundanos etc. Aí vem um traquinas de seis, sete, oito anos de idade, cheio de maldade no coração, com o diabo no corpo, e se insinua vergonhosamente para o servo do Altíssimo, ora rindo com malícia, ora mostrando as coxas nuas, ora exibindo os dentinhos brancos... Por Deus! Como, amigos, vocês querem que alguém resista à tamanha tentação? Como alguém pode ver uma coisa dessas e não sucumbir ao pecado?
Estão, portanto, certíssimos o arcebispo polonês Jozef Michalik, o bispo espanhol Bernardo Álvares e o padre norte-americano Bernard Groeschel, entre muitos outros homens abençoados, ao atribuírem a culpa pela pedofilia clerical às próprias crianças. Ora, se elas não ficassem por aí seduzindo os ministros de Deus, eles jamais pecariam e, assim, não teríamos esses escândalos vexaminosos que mancham a imagem da nossa santíssima igreja.
Por isso, amigos, defendo o resgate urgente e a aplicação imediata da proposta de Swift. Vendamos essas pestes como provimento de carne e pele para os plutocratas do mundo. Não permitamos que elas continuem a destruir a credibilidade da igreja.
Alguém pode objetar que o abate das crianças acarretaria em breve a extinção da nossa espécie. Afinal, os adultos logo morrerão e, sem uma descendência que os substitua, a Terra ficaria despovoada de humanos. Mas essa não é uma objeção que mereça ser levada a sério, porque Deus, sendo onipotente, poderia facilmente repovoar o planeta fazendo chover adultos do céu, assim como fez chover manás sobre os judeus que atravessavam o deserto.
*euracional
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