A mídia no divã
René Amaral
Passei por quase 8 anos de terapia analítica. Para conhecer a si mesmo é necessário um mergulho nas profundezas da psiquê, do eu e suas adjacências; para que as ilusões que formamos sobre oque somos sejam desvendadas e desmembradas. Só conseguimos conhecer a nós mesmos despedaçando o que achamos que somos, e depois montando tudo de novo, integrando todas as partes, mesmo aquelas que evitamos encarar.
A mídia precisa urgentemente passar por um processo similar, olhar o fundo de suas entranhas sujas e trazer à superfície, ao ar livre e à desinfetante luz do sol, todos os seus esqueletos, seus zumbis, lobisomens em vampiros.
Ontem 01/05/14 no programa Entre Raspas (e Restos) convocou-se mais uma vez o mesmo escrete de "especialistas" em nada pra falar besteria sobre tudo. O tópico da noite era o linchamento de uma dona de casa, uma grande oportunidade para uma auto análise e um mea culpa, mas nada parecido aconteceu.
Essa dona de casa foi linchada por que uma caricatura do jornalismo (não gente, não foi nenhum representante maior do PIG), uma fan page do Facebook, espalhou um boato velho (como as denuncias de veja e etc) e sensacionalista de uma mulher que estaria sequestrando crianças para rituais de magia, junto havia um retrato falado, coisa tosca que poderia retratar algumas centenas de moradoras da região.
Nas "analises" (Sued já dizia que analisar é alisar com o ânus) dos "especialistas" nem uma palavra, uma vírgula sequer, sobre a provável influência de nossa mídia, cínica, demagoga, mentirosa e enviesada; nem uma menção sequer à vituperância criminosa de meios de comunicação que incitam a violência e enaltecem os que fazem (in)justiça com as próprias mão. Nem uma menção sequer a Boechat incitando a depredação de bens públicos, ou a Sheherazade encorajando que se acorrente, humilhe e apedreje qualquer um que, de cor, aparência ou situação econômica inferior, pareça, mesmo que de longe, suspeito de qualquer ato. A caça às bruxas que se verifica desde as manifestações do ano passado parece não ter em seu DNA o gene corrupto de uma mídia que não se cansa de injustiçar e justificar sua injustiça latente.
Estava na hora de voltar o olhar para dentro, das redações e das almas dos que dominam a comunicação para só beneficiar aos que a eles se rendem e a si mesmos!
Do jeito que está, nem Freud, Jung, Reich ou Lacan explicam, e se tentarem arrisca morrerem linchados!
Passei por quase 8 anos de terapia analítica. Para conhecer a si mesmo é necessário um mergulho nas profundezas da psiquê, do eu e suas adjacências; para que as ilusões que formamos sobre oque somos sejam desvendadas e desmembradas. Só conseguimos conhecer a nós mesmos despedaçando o que achamos que somos, e depois montando tudo de novo, integrando todas as partes, mesmo aquelas que evitamos encarar.
A mídia precisa urgentemente passar por um processo similar, olhar o fundo de suas entranhas sujas e trazer à superfície, ao ar livre e à desinfetante luz do sol, todos os seus esqueletos, seus zumbis, lobisomens em vampiros.
Ontem 01/05/14 no programa Entre Raspas (e Restos) convocou-se mais uma vez o mesmo escrete de "especialistas" em nada pra falar besteria sobre tudo. O tópico da noite era o linchamento de uma dona de casa, uma grande oportunidade para uma auto análise e um mea culpa, mas nada parecido aconteceu.
Essa dona de casa foi linchada por que uma caricatura do jornalismo (não gente, não foi nenhum representante maior do PIG), uma fan page do Facebook, espalhou um boato velho (como as denuncias de veja e etc) e sensacionalista de uma mulher que estaria sequestrando crianças para rituais de magia, junto havia um retrato falado, coisa tosca que poderia retratar algumas centenas de moradoras da região.
Nas "analises" (Sued já dizia que analisar é alisar com o ânus) dos "especialistas" nem uma palavra, uma vírgula sequer, sobre a provável influência de nossa mídia, cínica, demagoga, mentirosa e enviesada; nem uma menção sequer à vituperância criminosa de meios de comunicação que incitam a violência e enaltecem os que fazem (in)justiça com as próprias mão. Nem uma menção sequer a Boechat incitando a depredação de bens públicos, ou a Sheherazade encorajando que se acorrente, humilhe e apedreje qualquer um que, de cor, aparência ou situação econômica inferior, pareça, mesmo que de longe, suspeito de qualquer ato. A caça às bruxas que se verifica desde as manifestações do ano passado parece não ter em seu DNA o gene corrupto de uma mídia que não se cansa de injustiçar e justificar sua injustiça latente.
Estava na hora de voltar o olhar para dentro, das redações e das almas dos que dominam a comunicação para só beneficiar aos que a eles se rendem e a si mesmos!
Do jeito que está, nem Freud, Jung, Reich ou Lacan explicam, e se tentarem arrisca morrerem linchados!
*amoralnato
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