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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 15, 2014

Em operação inédita, SP começa a captar água do volume morto do Cantareira


Falta de chuvas afeta abastecimento de água em São Paulo55 fotos

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15.mai.2014 - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), acionou nesta quinta-feira (15) o conjunto de bombas que darão início à captação de água do "volume morto" do Sistema Cantareira na cidade de Joanópolis, interior do Estado Luciano Claudino/Código19/Agência O Globo
Em uma operação inédita no Brasil, o governo de São Paulo começou a captar na manhã desta quinta-feira (15) o volume morto do Sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da região metropolitana de São Paulo. O nível do sistema está hoje em 8,2%.

O governo Alckmin diz que não, mas você acha que vai faltar água em SP?

Resultado parcial
Em ano eleitoral, a medida de utilizar a água que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas, foi a saída encontrada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para escapar da impopular decisão de racionamento de água.
O governo gastou R$ 80 milhões para construir canais e instalar bombas para a retirada da água nas represas Atibainha, em Nazaré Paulista, e Jaguari/Jacareí, em Joanópolis.
O governador participou de cerimônia na represa de Jaguari/Jacareí para marcar o início da captação do volume morto. Dos seis reservatórios que integram o sistema, esse é o que possui menor nível de armazenamento de água. Hoje, o índice é de apenas 1,7%.
A previsão é extrair 182 bilhões de litros de água dos 400 bilhões de reserva, elevando em 18,5% o nível do Cantareira.
Autoridades e órgãos divergem sobre até quando essa água vai durar. Inicialmente, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que o volume morto seria suficiente para garantir água até setembro, mas mais recentemente passou a falar em novembro, quando deveria começar o período chuvoso.
A ANA (Agência Nacional de Águas) afirmou esta semana que a reserva técnica pode acabar antes de novembro, caso sejam mantidos os atuais níveis de chuva e de consumo de água.
*UOl

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