O mundo é perigoso, o tempo exige luta
Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Charles Hagel, defendeu nesta terça-feira (6) a política intervencionista de seu país em diferentes partes do mundo e criticou os que preferem ver Washington menos envolvido em conflitos internacionais.
Ocasionalmente, esta política provoca acalorados debates nos Estados Unidos e suscita a oposição de largos setores da população.
Segundo pesquisa divulgada em março último pelo jornal “The Wall Street Journal” e a emissora “NBC News”, cerca de 47% da população opinam que os EUA deveriam ser menos ativos no exercício de uma política externa intervencionista.
“É errôneo perceber estas responsabilidades como um ônus ou um ato de beneficência, é de nosso interesse nacional intervir nesses conflitos”, sustentou Hagel durante um discurso na cidade de Chicago.
Em sintonia com isso, os Estados Unidos destinarão este ano mais de 600 bilhões de dólares para suas despesas bélicas. Na semana passada, Hagel chamou os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a elevar seus gastos militares, num momento em que crescem as tensões com a Rússia em torno da crise ucraniana e é iminente a eclosão de um conflito na sensível região do Leste europeu.
As declarações do ministro da guerra dos Estados Unidos são reveladoras de que o mundo vive uma situação alarmante e perigosa. É cada vez mais claro que não há meios termos na política das potências imperialistas, que fazem da diplomacia apenas um invólucro para encobrir a força bruta, quando muito uma etapa prévia à realização de golpes, intervenções e agressões.
Desde que Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos surgiram ilusões sobre as possibilidades de uma paz duradoura sob a égide de um “imperialismo benigno”, capaz de afiançar uma ordem internacional democrática, multilateral e baseada no Direito.
É uma conjuntura que confunde, faz alguns embaralharem as cartas e observarem algo democrático no regime sionista israelense ou charmoso na tentativa de desmoralização de governos como os da Coreia Popular, Síria e outros países que se rebelam contra o imperialismo.
A ofensiva para derrocar o governo sírio, fomentando no país uma guerra interna que acarretou dramáticas consequências; a intervenção militar na Líbia; a estratégia militar voltada para a Ásia; o novo papel da Otan; a indefectível posição militarista na Península Coreana; as ameaças de desestabilização da Venezuela; a política de duas caras com o Irã e a luta do povo palestino e, agora, a interferência direta na crise ucraniana, fomentando um golpe de Estado e instrumentalizando forças fascistas, em atos de provocação aberta contra a Rússia, demonstram o quanto são ilusórias aquelas posições.
Em época de eleição presidencial no Brasil, devemos ter presente o cenário internacional e aquilatar as influências que pode ter sobre o nosso curso político. Não são apenas as pressões oriundas do capital financeiro para adotar uma orientação econômico-financeira conveniente a interesses antinacionais que estão presentes. Há também um debate político e ideológico em torno da situação internacional e da política externa.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, não perde a oportunidade para destilar seu ódio contra Cuba, como demonstrou em face da cooperação da maior das Antilhas com o Brasil no caso do projeto Mais Médicos, e da parceria em torno de uma das principais alavancas atuais da economia cubana - o Porto de Mariel – com financiamento brasileiro. Tampouco nos passa despercebida a posição antichavista da candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva. Foi intensa a campanha na mídia brasileira para que o Brasil se abstivesse de apoiar o governo do presidente Maduro na mais recente crise venezuelana. Já no que se refere à crise ucraniana, a diplomacia brasileira foi alvo de críticas por não ter tomado uma posição anti-Rússia.
Voltando ao ponto de vista do ministro da guerra de Obama. O imperialismo estadunidense e seus aliados da Otan permanecem movendo uma brutal ofensiva contra as liberdades e os direitos fundamentais, a soberania e a autodeterminação dos povos e nações.
Tudo isso mostra que o mundo está cada vez mais inseguro e são graves as ameaças aos povos e nações que querem assegurar sua independência. Além da doutrina da “guerra ao terrorismo”, à qual a atual Administração estadunidense não renunciou, que na prática é uma doutrina genocida da guerra permanente contra os povos insubmissos, os EUA promovem a crescente militarização do planeta, subtraindo investimentos sociais, para destinar cada vez maiores recursos ao financiamento de suas aventuras bélicas. Disseminam bases militares cercando todos os continentes. O imperialismo estadunidense e seus aliados dominam os mares, os continentes e o espaço sideral, além de controlar e promover a escalada nuclear. Independentemente da facção política no poder, seu governo atua, em todas as regiões do mundo, para manter a hegemonia, usando para isso principalmente a chantagem e a ameaça militar.
Apesar da retórica "multilateralista" e pacifista, é manifesta a militarização das relações internacionais e a hipertrofia de organizações agressivas, como a Otan, como um dos principais traços da situação internacional e o aspecto essencial da política imperialista para oprimir os povos e assegurar os seus interesses de rapina.
Enfim, os tempos atuais exigem luta, não ilusões.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Charles Hagel, defendeu nesta terça-feira (6) a política intervencionista de seu país em diferentes partes do mundo e criticou os que preferem ver Washington menos envolvido em conflitos internacionais.
Ocasionalmente, esta política provoca acalorados debates nos Estados Unidos e suscita a oposição de largos setores da população.
Segundo pesquisa divulgada em março último pelo jornal “The Wall Street Journal” e a emissora “NBC News”, cerca de 47% da população opinam que os EUA deveriam ser menos ativos no exercício de uma política externa intervencionista.
“É errôneo perceber estas responsabilidades como um ônus ou um ato de beneficência, é de nosso interesse nacional intervir nesses conflitos”, sustentou Hagel durante um discurso na cidade de Chicago.
Em sintonia com isso, os Estados Unidos destinarão este ano mais de 600 bilhões de dólares para suas despesas bélicas. Na semana passada, Hagel chamou os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a elevar seus gastos militares, num momento em que crescem as tensões com a Rússia em torno da crise ucraniana e é iminente a eclosão de um conflito na sensível região do Leste europeu.
As declarações do ministro da guerra dos Estados Unidos são reveladoras de que o mundo vive uma situação alarmante e perigosa. É cada vez mais claro que não há meios termos na política das potências imperialistas, que fazem da diplomacia apenas um invólucro para encobrir a força bruta, quando muito uma etapa prévia à realização de golpes, intervenções e agressões.
Desde que Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos surgiram ilusões sobre as possibilidades de uma paz duradoura sob a égide de um “imperialismo benigno”, capaz de afiançar uma ordem internacional democrática, multilateral e baseada no Direito.
É uma conjuntura que confunde, faz alguns embaralharem as cartas e observarem algo democrático no regime sionista israelense ou charmoso na tentativa de desmoralização de governos como os da Coreia Popular, Síria e outros países que se rebelam contra o imperialismo.
A ofensiva para derrocar o governo sírio, fomentando no país uma guerra interna que acarretou dramáticas consequências; a intervenção militar na Líbia; a estratégia militar voltada para a Ásia; o novo papel da Otan; a indefectível posição militarista na Península Coreana; as ameaças de desestabilização da Venezuela; a política de duas caras com o Irã e a luta do povo palestino e, agora, a interferência direta na crise ucraniana, fomentando um golpe de Estado e instrumentalizando forças fascistas, em atos de provocação aberta contra a Rússia, demonstram o quanto são ilusórias aquelas posições.
Em época de eleição presidencial no Brasil, devemos ter presente o cenário internacional e aquilatar as influências que pode ter sobre o nosso curso político. Não são apenas as pressões oriundas do capital financeiro para adotar uma orientação econômico-financeira conveniente a interesses antinacionais que estão presentes. Há também um debate político e ideológico em torno da situação internacional e da política externa.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, não perde a oportunidade para destilar seu ódio contra Cuba, como demonstrou em face da cooperação da maior das Antilhas com o Brasil no caso do projeto Mais Médicos, e da parceria em torno de uma das principais alavancas atuais da economia cubana - o Porto de Mariel – com financiamento brasileiro. Tampouco nos passa despercebida a posição antichavista da candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, Marina Silva. Foi intensa a campanha na mídia brasileira para que o Brasil se abstivesse de apoiar o governo do presidente Maduro na mais recente crise venezuelana. Já no que se refere à crise ucraniana, a diplomacia brasileira foi alvo de críticas por não ter tomado uma posição anti-Rússia.
Voltando ao ponto de vista do ministro da guerra de Obama. O imperialismo estadunidense e seus aliados da Otan permanecem movendo uma brutal ofensiva contra as liberdades e os direitos fundamentais, a soberania e a autodeterminação dos povos e nações.
Tudo isso mostra que o mundo está cada vez mais inseguro e são graves as ameaças aos povos e nações que querem assegurar sua independência. Além da doutrina da “guerra ao terrorismo”, à qual a atual Administração estadunidense não renunciou, que na prática é uma doutrina genocida da guerra permanente contra os povos insubmissos, os EUA promovem a crescente militarização do planeta, subtraindo investimentos sociais, para destinar cada vez maiores recursos ao financiamento de suas aventuras bélicas. Disseminam bases militares cercando todos os continentes. O imperialismo estadunidense e seus aliados dominam os mares, os continentes e o espaço sideral, além de controlar e promover a escalada nuclear. Independentemente da facção política no poder, seu governo atua, em todas as regiões do mundo, para manter a hegemonia, usando para isso principalmente a chantagem e a ameaça militar.
Apesar da retórica "multilateralista" e pacifista, é manifesta a militarização das relações internacionais e a hipertrofia de organizações agressivas, como a Otan, como um dos principais traços da situação internacional e o aspecto essencial da política imperialista para oprimir os povos e assegurar os seus interesses de rapina.
Enfim, os tempos atuais exigem luta, não ilusões.
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