BILHETE ABERTO A DONA DILMA.
Cara Dona Dilma, a senhora não tem noção da pica que é ser seu eleitor e ser de classe média, É uma tarefa digna pra entrar para aquela lista dos doze trabalhos de Hércules. E cairia muito bem, afinal seria o 13° Trabalho e mais um 13 no nosso mapa de coincidências.
Porém vou até me retratar um pouco, A senhora na segunda - feira passada sentiu no couro o que é serseu eleitor quando foi torturada pelo William Bonner e uma tal de Patricia Poeta. Ali a senhora teve uma pequena amostra do que nós, seus eleitores de classe média passamos todos os dias.
Mas fique tranquila Dona Dilma , Aquele espetáculo grotesco aparentemente não a abalou, Assim como nossos amigos coxinhas que no subconsciente se acham da família real também não nos abalam e ainda servem de apoio moral para continuarmos a tua, a minha,a nossa luta.
Sei que para desgosto dos meus amigos supracitados e dos seus inquisitores após esse período atribulado teremos a sua reeleição, Nós por estarmos mais vulneráveis sofreremos mais, porém como também temos que usar menos as "liturgias" do cargo poderemos apelar para algum "papo reto".
Para completar, espero que que essa dolorosa batalha deixe na senhora as mesmas cicatrizes que ficam em nós, acho que não é pedir demais. Perdemos amizades, abalamos relações familiares fora prejuízos pecuniários na nossa própria labuta. Portanto não seria pedir demais um pouco de solidariedade.
Não sei os outros amigos meus, Mas da minha parte teria verdadeira ojeriza e um sentimento de ter me desgastado em vão depois de toda a sorte de impropérios , mentiras, falta de respeito e até terrorismo dessa emissora chamada Globo que a senhora vá fritar bolinhos de chuva com a Ana Maria Braga como se nada tivesse acontecido.
Ao invés de Bolinhos de Chuva desejo do fundo do coração que a senhora promova naquela emissora sonegadora e bandida uma chuva de meteoritos, um furacão, um tsunami e na falta de nada mais criativo uma devassa fiscal, um enquadramento e um corte substancial de verbas.
Atenciosamente,
Rubem Rodriguez Gonzalez.
Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
Nenhum comentário:
Postar um comentário