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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 25, 2014

O mundo está cheio de cegos guiando cegos (medite)

Cegos Guiando Cegos

 Se você não parar para tentar entender a vida e a razão por detrás das coisas, sua passagem pelo mundo perde muito do seu sentido. Não me refiro a refletir sobre isso depois de ler a respeito em algum lugar ou de ouvir qualquer pessoa falar sobre o assunto. Eu falo de você sozinho, com seus próprios pensamentos, refletir sobre si e sobre a existência. Se você não fizer isso, então irá aceitar as ideias de terceiros como sua própria visão das coisas, quando o externo é que deveria complementar o que você já sente e entende por si mesmo.

 Citando Lao-Tsé: “O homem correto age por uma lei interna, e não por mandamentos externos.” Se você por si mesmo não conseguir enxergar o que é certo para você, outros irão lhe dizer o que enxergar e o que é considerado adequado, moral ou bom, quando tais conceitos são relativos e ninguém detém a verdade sobre os fatos.
 O mundo está cheio de cegos guiando cegos. Faça do que vem de fora um ponto de referência para tentar explicar o que você está sentindo, mas não torne isso uma doutrina.
 Quando tornamos a "regra externa" o nosso modus operandi nos tornamos escravos de um sistema de comportamento que é inconsciente para nós, pois não temos consciência plena do porque estamos fazendo aquilo. A Alemanha Nazista foi um bom exemplo de como as "regras externas" podem ser usadas para dissimular e controlar. Outro exemplo foi a Europa na Idade Média, onde era explicitamente proibido falar sobre determinados assuntos, assuntos que iam contra a mentalidade padrão da época, tendo tortura e eventualmente morte como punição. 

 O Ocultismo* surgiu em razão disso, as pessoas ditas "pagãs" tinham medo de serem expostas, por razões óbvias, e também pela necessidade de preservar determinados conhecimentos que foram deturpados pelo senso comum da época.
 Pelo motivo das pessoas estarem presas em regras ditadas pelo mundo externo, e não seguindo seus próprios corações, atrocidades foram cometidas, conhecimentos milenares destruídos, o que sobrou foi ocultado, em razão disso, muito foi distorcido e nós acabamos ficando mais cegos.
*evoluçaodaConsciencia

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