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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 15, 2014

Documento do Senado defende legalização da maconha controlada no Brasil


Tendo como relator o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a proposta de regulamentação da maconha para uso medicinal, recreacional e industrial no Brasil tem início hoje, segunda-feira (2), com uma audiência pública que reunirá autoridades sobre o assunto, entre eles Julio Calzada, secretário geral da Secretaria Nacional de Drogas do Uruguai, que no ano passado regulamentou o consumo, o plantio e o comércio da cannabis.

Enquanto parte do país estará praticamente parada por conta da Copa do Mundo, a discussão sobre a legalização da maconha no Brasil esquentará o clima do Senado Federal até meados de outubro.

Estudo do Senado defende legalização da maconha controlada no Brasil
“Possibilidade pode trazer benefícios e não representa ruptura ou ameaça à vida social”, diz texto do Senado.

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O debate começa após a sugestão nº 8, enviada por André Kiepper em fevereiro pelo portal e-Cidadania. A proposta ganhou o apoio de mais de 20 mil pessoas em apenas nove dias e chegou até Buarque, que pediu um estudo detalhado sobre o assunto. Divulgado pelo Senado anteontem, o estudo de 115 páginas foi produzido por Denis Murahovschi e Sebastião Moreira Junior, consultores da casa.

O sumário do estudo afirma que conclusão é de que “a possibilidade de regulação desse produto pode trazer benefícios e não representa necessariamente uma ruptura ou ameaça à vida social. O desafio que se aponta é o da legalização controlada, com a regulação de todo o processo – da produção e oferta à posse e consumo, sujeita ao controle e fiscalização pelo Estado”, afirma o documento.

O estudo aponta que países com políticas mais duras em relação ao uso de drogas mantêm níveis mais elevados de consumo e de problemas relacionados a elas, em comparação aos que têm políticas mais liberais. Além disso, o documento aponta que a liberalização das penalidades aos usuários não leva ao aumento do consumo.

Em debate. No Brasil, o consumo, o plantio e a comercialização da maconha são considerados crimes.

180 mi de pessoas usam maconha em todo o mundo
US$ 14 mi arrecadou o Colorado (EUA) após legalizar a planta
9% dos usuários de maconha se tornam usuários crônicos 
*Diariodaerva

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