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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 28, 2014

TÁ DE SACO CHEIO DA POLÍTICA? VOTE NA MARINICA!
O que faz um presidente da República num país com 200 milhões de habitantes? Na realidade, Marina Silva não sabe. Mas vote nela que ela te conta.


Nem direita, nem esquerda. Nem de cima, nem de baixo. Nem criacionista, nem darwinista. Nem Itaú, nem Bolsa Família. Nem Natura, nem meio ambiente. Ela não é nada disso. E é tudo ao mesmo tempo. É a ex-petista, ex-verdista, quase-redista e atual socialista(?) de plantão que chama Chico Mendes de "elite" e jura que a mega-sonegadora e bilionária Natura é "sustentável". Entendeu? Nem eu. Só entendo que o "marinês" - dialeto hermético da candidata - veio para confundir e não para explicar, como diria o Chacrinha. E a galera adora se sentir burra, acha "inteligente" o discurso etéreo e sem ancoragem nenhuma da tartaruga sem casco. Pior do que tá não fica.
Marinárvore Selva é o "voto do protesto" da geração black bloc: negar "tudo o que está aí" sem se preocupar com pauta propositiva para colocar algo no lugar do que criticam. É a curiosidade suicida de botar o dedo na tomada (verde) pra ver quão forte é o choque. A existência ou não de programa de governo é mero detalhe. Tá de saco cheio da "velha política"? Vote na Marinica. É sem dúvidas um tiro no escuro - mas é um eco-tiro no escuro verde e sustentável, não duvidem!
Mente politicamente vazia é a oficina do Itaú. Quando protesto de rua é nulo de pauta propositiva e é focado quase que exclusivamente no Estado, sempre pela negação e de modo difuso ou genérico, sem dar ênfase na luta de classes, quem ganha é o Mercado. E não é meia dúzia de vidraças e bicicletários (bicicletários!) do banco de Neca Setúbal que vai equilibrar essa balança.
Afinal, descobrimos: não era mesmo por vinte centavos. Era para transformar uma pauta concreta e voltada aos pobres (transporte coletivo) em desfile coxinha - consciente ou não - à favor do Estado mínimo. Falta de aviso, da nossa parte, não foi. Comprove você mesmo nos links ao final.
Ganhe ou não a tucana verde, ter boa memória é fundamental em política: botem a ascensão desse fenômeno na conta da Protesto Fashion Week de junho de 2013 e todos os (anar)coxinhas que papagaiaram o ridículo mote "não é por 20 centavos" - o inegável divisor de águas entre a reivindicação com pauta econômica e a passeata coxinha anti-partidária que a seguiu. Pouco importa se quem fez isso agiu de modo deliberado ou por burrice estratégica. Em política o que vale são as práticas, jamais as intenções.
Foto: ❝ Cuidado com a Tucarina, uma subespécie tucana camuflada com a cor verde do dinheiro!! Costuma ser um bicho de hábitos oportunistas e adora alimentar-se dos despojos de líderes sindicais e políticos mortos... Simula o novo como ninguém mas pratica o que existe de mais retrógrado... se o tucano comum representa um passo para trás, a subespécie Tucarina é uma verdadeira máquina do tempo que pode nos lançar de volta à Idade Média!! ❞ por: Gutenberg Alves Fortaleza Teixeira (fa da pagina)
❝ Cuidado com a Tucarina, uma subespécie tucana camuflada com a cor verde do dinheiro!! Costuma ser um bicho de hábitos oportunistas e adora alimentar-se dos despojos de líderes sindicais e políticos mortos... Simula o novo como ninguém mas pratica o que existe de mais retrógrado... se o tucano comum representa um passo para trás, a subespécie Tucarina é uma verdadeira máquina do tempo que pode nos lançar de volta à Idade Média!! ❞ por: Gutenberg Alves Fortaleza Teixeira (fa da pagina)

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