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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 21, 2015

Agricultura Familiar é a Grande Responsável pelo Processo de Erradicação da Fome no Brasil, diz ONU

Relatório da FAO destaca políticas como Pronaf e PAA na redução da Fome no Brasil

Escrito por: FETRAF-SUL •Google Plus
CUT-PR

Em Relatório divulgado na última terça-feira (16) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a ONU aponta o Brasil como referência no combate a fome e destaca a importante contribuição da agricultura familiar para essa realidade. Segundo o relatório, o Brasil conseguiu diminuir em 50% o número de pessoas que passam fome e saiu do Mapa Mundial da Fome neste ano de 2014. Políticas de fomento à produção agrícola – como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar – PAA são citadas pela ONU como fundamentais para esses avanços do país.

O diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Daniel Balaban ressalta que 70% do consumo interno do Brasil é proveniente da Agricultura Familiar. Ele afirma que os pequenos agricultores que antes largavam suas terras em busca de emprego na cidade, hoje, graças às políticas de incentivo do governo, permanecem no campo, recebem capacitação técnica, e, têm garantia de venda dos seus produtos. 

Para a ONU, o desempenho brasileiro é um marco. Hoje, o país tem 3,4 milhões de brasileiros que passam por insegurança alimentar, o que representa apenas 1,7% da população brasileira. A porcentagem de 5% é o limite que determina se um país superou o problema da fome.
A insegurança alimentar é um tema complexo, que não se resolve apenas com o aumento da produção ou da distribuição de alimentos, mas com uma multiplicidade de ações e programas que o Brasil vem desenvolvendo muito bem.
Jorge Chediek, coordenador residente da FAO no Brasil
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) parabenizou o governo brasileiro pelos importantes passos institucionais e, implementação de marcos legais que possibilitaram os avanços no combate à fome no Brasil. De acordo com o coordenador residente do sistema das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, “a insegurança alimentar é um tema complexo, que não se resolve apenas com o aumento da produção ou da distribuição de alimentos, mas com uma multiplicidade de ações e programas que o Brasil vem desenvolvendo muito bem”.

Conforme o estudo, os gastos federais do ano de 2013, com programas e ações de segurança alimentar e nutricional no Brasil totalizaram cerca de 78 bilhões de reais. Os investimentos em programas sociais aumentaram mais de 128% entre os anos de 2000 e 2012, enquanto a parcela desses programas no Produto Interno Bruto aumentou 31%. Neste mesmo ano, os programas relacionados com a produção e distribuição de alimentos, inclusive os destinados à promoção da agricultura familiar, foram responsáveis por um sexto do total de gastos federais em programas e ações de segurança alimentar e nutricional.

A representante adjunta da FAO para América Latina e Caribe, Eve Crowley disse que o Brasil é um grande exemplo para mundo por estabelecer como prioridade nacional a causa do combate à fome.

*roselihenriques

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