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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 17, 2015

Petrobras fechará 2015 com caixa de 20 Bilhões de dólares, o dobro do previsto

 
Notícia postada em 15/10/2015 15:39
A Petrobras vai chegar ao final deste ano com US$ 20 bilhões em caixa, o dobro do que estava previsto. A informação é do presidente da estatal, Aldemir Bendine, que depôs nessa quarta-feira (14) na CPI da Petrobras. “A empresa ainda é o principal player de um ciclo virtuoso da economia brasileira. Apesar dos problemas, a Petrobras ainda mantém um nível significativo de investimentos, mesmo que menor que o de anos anteriores. Este ano os investimentos devem ficar entre US$ 25 bilhões e US$ 27 bilhões, quase R$ 100 bilhões”, destacou o executivo. 

Aldemir Bendine, respondendo a perguntas dos deputados, em especial do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), mencionou as medidas adotadas por ele nesses últimos oito meses em que está à frente da Petrobras. “Nesse período aprovamos os balanços auditados da companhia, foram feitos ajustes de ativos, patrimônio e resultados da empresa, fizemos uma série de captações e negociações com mercados interno e externo de quase US$ 11 bilhões e foi nomeado um novo Conselho de Administração”, listou. 

O presidente da Petrobras garantiu ainda que o novo modelo de gestão e governança da estatal é transparente, blindado e privilegia as decisões colegiadas. “O que a gente tem buscado é um modelo com capacidade de gestão efetiva para a empresa e, ao mesmo tempo, a reforma na sua governança para que ela possa mitigar situações como vivenciou no passado e, ao mesmo tempo, sem perder sua agilidade e termos conforto nas decisões tomadas”, declarou. 

Prioridades – Bendine listou quatro pontos vitais para a recuperação da empresa e o enfrentamento dos desafios diante do preço baixo do barril de petróleo no mercado internacional e a dívida acima da meta. “Estamos priorizando os investimentos, com 82% do total, na área de produção e exploração de petróleo, que é a principal atividade da empresa”, afirmou. 

Em segundo lugar, ele disse que a Petrobras está trabalhando na redução de gastos operacionais. “Nossa meta é reduzir custos gerenciáveis do plano de negócios em até US$ 12 bilhões nos próximos anos”, informou. O terceiro ponto citado por Bendine é redução da dívida e a garantia da financiabilidade da empresa. “As captações junto ao mercado financeiro permitiram melhoria na dívida, com prazos mais longos e juros mais baixos. Só o escalonamento de dívida deste ano garantiu uma economia de US$ 3,8 bilhões este ano, enfatizou. 

Fornecedores – Ademir Bendine informou também que 32 empresas foram bloqueadas cautelarmente no trabalho com a companhia devido às investigações da Operação Lava Jato. Por isso, explicou, a Petrobras está revendo a situação cadastral de todos os seus fornecedores. “Vamos submeter 12 mil empresas a um novo modelo de relação com fornecedores, que pressupõe avaliação de idoneidade. Cerca de dois mil fornecedores já passaram por esse processo de integridade desde agosto”, citou. 

Desinvestimento – O presidente da Petrobras também disse que o desinvestimento da companhia faz parte de um ciclo do mercado mundial de petróleo e não apenas da empresa. “Outras petrolíferas também têm feito isso. Lógico que temos que dosar isso com maior força por conta da dívida”, esclareceu, lembrando que a Petrobras reduziu em 30% os investimentos este ano, e que a redução média do desinvestimento de outras companhias do setor tem sido de 20%. 

Produção – Bendine disse aos parlamentares que a Petrobras tem capacidade de produzir petróleo por 19 anos sem novas descobertas. O que coloca a estatal brasileira em uma das melhores posições no mundo. Ele explicou ainda que a nova meta de produção de petróleo da empresa foi reduzida de 4 milhões de barris/dia para 2,8 milhões de barris/dia. 

Sete Brasil – O presidente da Petrobras explicou que a estatal está renegociando os 28 contratos para construção de navios-plataforma assinados com a empresa Sete Brasil, que enfrenta dificuldades financeiras desde a deflagração da Operação Lava Jato. “Vamos adequar a construção dos navios, o projeto será mantido, mas com menor envergadura”, afirmou. Ele também informou que a empresa vai concluir as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e está buscando parceiros internacionais para concluir o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). 

Orgulho – Bendine fez questão de afirmar que, apesar dos desafios, a Petrobras voltará a ser “motivo de orgulho para todo cidadão brasileiro, sendo uma empresa mais enxuta e com resultados robustos”. 

O deputado Leo de Brito (PT-AC), falando pela liderança do partido, lembrou que há seis meses, quando a CPI foi instalada, a oposição “decretou a morte, a falência” da Petrobras. “Teve erros sim, mas que por tudo que apuramos aqui e pelo que o Ademir Bendine explicou nesta audiência, eles estão sendo corrigidos e a estatal continue firme, buscando financiamentos, investindo, mudando modelo de gestão, reduzindo gastos, aumentando transparência e batendo recorde na produção do pré-sal”, argumentou o parlamentar. 

Leo de Brito acrescentou ainda que confia na Petrobras e defendeu o modelo de partilha como o mais adequado para a exploração do petróleo. “É esse modelo que garantirá os recursos fundamentais para a educação, ciência e tecnologia e saúde”, afirmou o petista. 

Fonte: PT na Camara - por Vânia Rodrigues
*http://www.rm3n.com.br/noticia/petrobras-fechara-2015-com-caixa-de-20-bilhoes-de-dolares-o-dobro-do-previsto

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