247 - A cada novo documento da Suíça divulgado, a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se complica mais. Segundo documentos enviados à Procuradoria Geral da República pelo Ministério Público da Confederação, da Suíça, as movimentações financeiras associadas a contas de Eduardo Cunha somam pelo menos R$ 411 milhões.
Segundo levantamento divulgado pelo jornal Estado de Minas no fim de semana, entre os anos de 2007 e 2014, já com a operação Lava Jato em curso, as contas ligadas ao presidente da Câmara registraram 58 transações em 29 contas bancárias.
As informações do Ministério Público suíço embasam a ação da PGR contra Cunha no Supremo Tribunal Federal. O procurador geral Rodrigo Janot suspeita que Cunha recebeu 1,3 milhão de francos suíços como propina pelo fato de a Petrobras ter pago US$ 35,5 milhões por metade de um campo de petróleo em Benin, na costa oeste da África.
De todo o dinheiro que irrigou as contas de Cunha no exterior, 90% se refere aos pagamentos que a estatal brasileira fez ao português Idalécio de Oliveira, dono da Companhia Beninoise de Hydrocarbures e Lusitânia Petroleum. O português repassou US$ 10 milhões (R$ 38,7 milhões) ao lobista João Augusto Henriques, ex-funcionário da Petrobras ligado ao PMDB, como "taxa de sucesso".
Da conta Acona, de Henriques, R$ 5,3 milhões seguiram para Eduardo Cunha. Quatro contas de Cunha e sua mulher, Cláudia Cruz, na Suíça, participaram de dezenas de transações com contas fora do país europeu, inclusive com uma dele próprio no banco Merrill Lynch, nos Estados Unidos. Cláudia utilizou US$ 1 milhão para bancar cartões de créditos internacionais, aulas de inglês, academias de tênis, MBA e recursos para uma de suas filhas. Todas essas transações somam R$ 41 milhões, bem mais do que Cunha recebeu do lobista Henriques.
Henriques e Zelada estão presos em Curitiba por ordem do juiz Sérgio Moro. Eles já foram denunciados sob acusação de receber propina pelo fato de a Petrobras comprar um navio da empresa Vantage. O advogado de Zelada não prestou esclarecimentos ao jornal. Outro interesse dos investigadores é o escritório uruguaio Posadas y Vecino, que recebeu mais de meio milhão de dólares de Cunha e que abre offshores no exterior.
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