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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 19, 2015

Abril fecha mais três revistas. Ninguém quer comprar a Veja


A Editora Abril vai se chamar Editora Fechou !


Saiu no Portal Imprensa:

Editora Abril passa por nova reestruturação, vende títulos e planeja demissões



Nesta terça-feira (2/6), a Editora Abril iniciou um novo processo de reestruturação da empresa. Entre as mudanças estão a venda das revistas Placar, Contigo e Arquitetura e Construção para a Editora Caras, que no ano passado já tinha absorvido outros dez títulos — Aventuras na História, Bons Fluidos, Manequim, Máxima, Minha Casa, Minha Novela, Recreio, Sou+Eu, Vida Simples e Viva Mais.

IMPRENSA apurou que a revista VIP deve ser encerrada e que a Contigo terá apenas a versão digital, deixando de circular no impresso. Haverá também uma reorganização das redações. De acordo com o site Máquina do esporte, a nova editora também ficará com todo o acervo fotográfico e de textos da Placar. 

A Editora Abril focará em quatro áreas diferentes: Veja, Exame, revistas femininas e Llfestyle. Sendo assim, todas as redações serão reunidas por núcleos de atuação em andares diferentes. Com a mudança todas as edições de Veja ficarão no mesmo andar; Exame e Exame.com juntas em outro; o núcleo de femininas em outro espaço e as lifestyle num quarto local.

A possibilidade de demissões não está descartada. O número de funcionários afastados deve chegar aos trezentos. Procura, a assessoria de imprensa da Abril ainda não confirmou as informações.


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