Incêndio criminoso destruiu 15,3 mil caixas de documentos do Metrô
Apesar de o crime ter ocorrido em 9 de julho do ano passado – e um boletim de ocorrência lavrado no dia seguinte –, o fato só foi confirmado oficialmente pelo Metrô seis meses depois no Diário do Estado
06/08/2013
Patrícia Benvenuti
da Redação
O esquema de formação de cartel para participação em licitações, confirmado recentemente pela transnacional alemã Siemens, não é o único fato a ser investigado envolvendo o Metrô e a CPTM em São Paulo. Em 2012, um incêndio criminoso destruiu 15,3 mil caixas de documentos do Metrô, que continham registros da empresa desde 1977.
De acordo com o processo, em 9 de julho do ano passado nove homens encapuzados e armados invadiram o galpão da empresa PA Arquivos Ltda., que realizava serviço de conservação e digitalização de documentos, situada na Estrada da Taperinha, no município de Itu. Depois de render os dois vigias, o grupo roubou dez computadores usados, espalhou gasolina e ateou fogo ao local. Toda a estrutura do prédio de 5 mil m² foi destruída, assim como os arquivos ali guardados. Além do acervo do Metrô, foram perdidos documentos de outras 18 empresas. A investigação corre em segredo de Justiça.
Apesar de o crime ter ocorrido em 9 de julho – e um boletim de ocorrência lavrado no dia seguinte –, o fato só foi confirmado oficialmente pelo Metrô seis meses depois no Diário do Estado, onde foram listados os tipos de documentos consumidos pelo fogo.
Dentre os arquivos havia contratos assinados entre 1977 e 2011, relatórios sobre falhas técnicas e documentos contábeis. Havia também análises da Comissão Permanente de Segurança (Copese), órgão que apura acidentes da companhia, de incidentes ocorridos entre 2006 e 2009, e relatórios de “incidentes notáveis”, as chamadas panes que paralisam as linhas por muito tempo e exigem a colocação de ônibus para transportar passageiros. Os volumes equivaliam a 4% de todo o arquivo acumulado nos últimos 45 anos pela companhia.
De acordo com o Metrô, que não informou à imprensa a porcentagem de documentos salvos, a maior parte do material estava microfilmada ou digitalizada. Matéria divulgada pela revista IstoÉ, que teve acesso a informes do Metrô, aponta que o local não oferecia condições mínimas de segurança para servir como depósito de documentos.
O incêndio ocorreu quatro meses depois de entrar em vigor a Lei de Acesso à Informação, que obriga os órgãos públicos a fornecerem cópias de qualquer documento que não seja coberto por sigilo legal, e quatro meses depois do início entre as negociações de delação premiada entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Siemens.
Br29
06/08/2013
Patrícia Benvenuti
da Redação
O esquema de formação de cartel para participação em licitações, confirmado recentemente pela transnacional alemã Siemens, não é o único fato a ser investigado envolvendo o Metrô e a CPTM em São Paulo. Em 2012, um incêndio criminoso destruiu 15,3 mil caixas de documentos do Metrô, que continham registros da empresa desde 1977.
De acordo com o processo, em 9 de julho do ano passado nove homens encapuzados e armados invadiram o galpão da empresa PA Arquivos Ltda., que realizava serviço de conservação e digitalização de documentos, situada na Estrada da Taperinha, no município de Itu. Depois de render os dois vigias, o grupo roubou dez computadores usados, espalhou gasolina e ateou fogo ao local. Toda a estrutura do prédio de 5 mil m² foi destruída, assim como os arquivos ali guardados. Além do acervo do Metrô, foram perdidos documentos de outras 18 empresas. A investigação corre em segredo de Justiça.
Apesar de o crime ter ocorrido em 9 de julho – e um boletim de ocorrência lavrado no dia seguinte –, o fato só foi confirmado oficialmente pelo Metrô seis meses depois no Diário do Estado, onde foram listados os tipos de documentos consumidos pelo fogo.
Dentre os arquivos havia contratos assinados entre 1977 e 2011, relatórios sobre falhas técnicas e documentos contábeis. Havia também análises da Comissão Permanente de Segurança (Copese), órgão que apura acidentes da companhia, de incidentes ocorridos entre 2006 e 2009, e relatórios de “incidentes notáveis”, as chamadas panes que paralisam as linhas por muito tempo e exigem a colocação de ônibus para transportar passageiros. Os volumes equivaliam a 4% de todo o arquivo acumulado nos últimos 45 anos pela companhia.
De acordo com o Metrô, que não informou à imprensa a porcentagem de documentos salvos, a maior parte do material estava microfilmada ou digitalizada. Matéria divulgada pela revista IstoÉ, que teve acesso a informes do Metrô, aponta que o local não oferecia condições mínimas de segurança para servir como depósito de documentos.
O incêndio ocorreu quatro meses depois de entrar em vigor a Lei de Acesso à Informação, que obriga os órgãos públicos a fornecerem cópias de qualquer documento que não seja coberto por sigilo legal, e quatro meses depois do início entre as negociações de delação premiada entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Siemens.
Br29
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