Até quando prenderemos cultivadores como traficantes?
Em Porto Seguro, mais um cultivador foi preso pela polícia em uma ação questionável: os oficiais da lei viram fotografias dos pés da erva no celular do acusado durante abordagem. Pode isso, Arnaldo?
Por João Esteves
Após ser abordado com uma bucha de maconha pela polícia na noite da última quarta-feira (14/10), no bairro do Baianão, em Porto Seguro, os policiais mexeram no celular de Adilton – ato que não é permitido perante a lei – e viram fotos de um pé de maconha. Ao conduzirem o rapaz até sua casa, sem prévia autorização judicial, encontraram um vaso com a planta. Ele foi levado para a delegacia da cidade, onde permanece até agora, segundo informações do Radar 64.
Adilton é apenas mais um que teve sua liberdade restringida sem indícios que comprovem o ato de traficar, assim como fizeram com André Teixeira Leite, conhecido como Cert, MC do grupo Cone Crew Diretoria, que foi solto após alguns dias. Ou também com Geraldo Baptista, Ras Geraldinho, que, assim como outros milhares, continua preso após mais de 3 anos por plantar maconha em sua residência.
Por menos Bolsonaro’s e Cunha’s e por mais Maciel’s, sobrenome do juiz que viu inconstitucionalidade nas leis que regem essa guerra ao tráfico e absolveu um homem que foi preso com 52 “trouxas” de maconha.
E fica aqui a nossa dica para você: quando for parado pela polícia, não deixe que mexam em seu celular, nem que o levem até a sua casa sem mandado judicial. Às vezes é difícil, até pela constante truculência que os policiais usam em suas missões, mas a lei, nesse caso, está ao nosso lado e não permite esses abusos de autoridade. Se for vítima ou conhecer alguém que foi vítima de policiais, denuncie na Corregedoria do seu estado.
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