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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 16, 2015

Alguém acusado de ser ladrão não pode estar na presidência da Câmara. Isso é grave!”

Jean Wyllys: “Alguém acusado de ser ladrão não pode estar na presidência da Câmara. Isso é grave!”

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse nesta quinta-feira (8) que é "grave para a democracia" que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) continue na presidência da Câmara dos Deputados apesar de todas as indicações de que ele teria recebido propina no esquema investigado pela operação Lava Jato.

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“É grave para a democracia que esteja na presidência da Câmara alguém que está formalmente denunciado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ou seja, alguém que, em outras palavras, está acusado de [ser] ladrão”, disse Jean.
(UOL) As declarações do parlamentar foram feitas durante uma entrevista coletiva realizada na qual o PSOL apresentou um ofício da PGR (Procuradoria Geral da República) no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirma a existência de contas bancárias na Suíça cujos beneficiários seriam Eduardo Cunha e integrantes de sua família.
É a primeira vez que o órgão brasileiro confirma as informações reveladas pelo Ministério Público da Suíça na semana passada. O líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), disse que o partido vai ingressar com uma representação contra Cunha no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara na próxima terça-feira (13).
Jean criticou líderes da oposição que, desde a semana passada, evitam retirar seus apoios a Eduardo Cunha. Na última segunda-feira (5), o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP), afirmou que apesar das revelações feitas pelo Ministério Público Suíço, Cunha teria o “benefício da dúvida”.
“É grave que os líderes de oposição da direita façam ouvidos moucos e se façam de cegos para essa questão, não digam nada, e até evoquem o benefício da dúvida para blindá-lo”, disse Jean. “Acho que esse documento da PGR e a nossa representação vão forçar esse posicionamento. As pessoas vão ter que sair desse muro conveniente em que elas se colocaram”, afirmou o parlamentar.
*BR29

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