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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 20, 2012



A Arma Secreta de Israel 

 



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.Título Original: Israel's Secret Weapon, 2003, (44 minutos)
.Realização: Olenka Frenkiel, BBC.
.Tradução e legendas: Malandro (Português)
.Fundamental! - Sinopse de Malandro
. Enviado por João Pedro (Liberdade 074)
Mordechai Vanunu
A Arma Secreta de Israel é um documentário realizado pela BBC em 2003, que conta a história de Mordechai Vanunu, o denunciante das armas nucleares israelitas, que foi sentenciado a 18 anos de prisão pelo seu Governo, dos quais 11 foram passados em isolamento.
Tendo sido transmitido pela primeira vez em 2003, poucos dias antes do início guerra do Iraque, este é um importante documentário que nos mostra como a suposta “única democracia do Oriente Médio”, raptou um dos seus cidadãos em solo estrangeiro, tendo depois julgado-o secretamente, por este ter revelado ao mundo aquilo que já se suspeitava. Que Israel tem um programa nuclear bastante avançado, calculando-se que o país possui um arsenal nuclear com cerca de 100 a 200 bombas atômicas, as quais, nunca foram inspecionadas pela comunidade internacional.
Este é um dos poucos documentários realizados sobre o assunto e que nos revela também o secretismo existente na sociedade israelita em todos os seus setores.
Um documentário bastante atual. Basta para isso, trocar a então situação do Iraque com a atual situação do Irã, para verificarmos que a retórica usada é mesma. Dois pesos e duas medidas.
O mundo exige tudo do Irã e nada de Israel.
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