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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 01, 2012


Civita e Cachoeira quase
derrubam Lula. Que Governo é esse ?

Cachoeira filmou a corrupção nos Correios para vingar o Demóstenes e derrubar o Lula.


O detrito de maré baixa do Robert(o) Civita publica, a Folha (*) dá guarida ao grande estadista Thomas Jefferson, o Ali Kamel dá a máxima visibilidade, instala-se o “mensalão” (que ainda está por provar-se, como diz o Mino), o Supremo vota com a faca do pescoço do PiG (**) e o Governo Lula ia cair.

Um dos motivos por que  não caiu foi a “Teoria do Sangramento”, que entrará para a biografia do Fernando Henrique  – tente aqui entender por que o FHC saiu na foto ao lado do Lula – ao lado da “Teoria da Dependência (eterna aos EUA)”.

Quando o Duda Mendonça disse à CPI dos Correios que tinha recebido “lá fora”, o PiG (**) só não decretou o impeachment do Lula, por causa da Teoria do Sangramento.

O Farol de Alexandria convenceu o Agripino Maia – cuja batata está assando – de que não valia a pena impeachar o Lula.

Era melhor fazê-lo sangrar.

Sangrar para derrotá-lo nas eleições e voltar o poder.

(Só que o Padim Pade Cerra ia providenciar um dossiê e seria ele e, não o FHC, o candidato.)

Não deu certo.

Entre outros motivos porque o Feijóo não deixou.

E o Lula e o Feijóo sabem do que se trata.

Mas, quase que o Governo cai.

Que Governo é esse ?

Tão frágil, a ponto de quase cair porque o Demóstenes, o Cachoeira, o Robert(o) Civita, a Globo e o … quiseram.

Não basta botar a culpa no PiG (**), na Veja, na Globo e no …

Que Governo é esse que passa 30 anos na oposição, que passa trinta anos a se preparar para governar e chega lá e não se protege ?

E não cria os mecanismos institucionais para enfrentar uma conspirata de quinta categoria com meliantes de décima.

O Robert(o), o Demóstenes, o Cachoeira e o … se reúnem na calada da noite e subjugam o Legislativo.

Mobilizam o Judiciário, que submete o Presidente da República eleito pelo povo ao constrangimento de um “chamar às falas” e  “queremos cabeças” !

E agora se descobre que era uma conjura udenista como a Carta Brandi do Lacerda para derrubar o Jango.

E o Governo inerte, no canto, nas cordas.

Até o PT fugiu e deixou o Lula falando só, como um cão danado.

Mas, o PT, nesse entrecho, é irrelevante.

O que se precisa estudar é por que uma Democracia, da quinta Economia do mundo, se ajoelha diante de meliantes desse naipe.

Como se permite construir uma Democracia de pés de barro ?

A Argentina mandou os Civita embora, que tinham a sua Veja, a “Panorama”.

Os Kirchner trocaram os Ministros da Suprema Corte do Menem.

E fizeram a Ley de Medios para enfrentar a Globo.

Não é preciso buscar as instituições que preservaram a democracia inglesa do Murdoch.

Basta dar um pulo a Buenos Aires.

Quando Deng assumiu, ele podia botar a culpa de tudo no Mao, na Revolução Cultural e no Grande Passo à Frente.

Não, ele deve ter pensado, a culpa está em nós mesmos.

E criou as instituições que mantiveram a essência do sistema político (se fosse uma Democracia seria melhor, claro) e  permitiram que a China se torne a maior potência econômica do mundo, com inclusão e distribuição de riqueza.

O Brasil é uma sub-democracia também porque meia dúzia de meliantes pode derrubar o Presidente da República.

E nada muda.

O Demóstenes e o Cachoeira podem ir em cana.

Mas, o Robert(o) Civita e o … sobreviverão.

E contratarão outros beleguins.

E o Governo tremerá.

Sempre alerta, Feijóo !


Paulo Henrique Amorim

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